Resumo

Título do Artigo

INOVAÇÃO E CICLO DE VIDA ORGANIZACIONAL NO SETOR DE PRODUÇÃO DE CACHAÇA
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Palavras Chave

Ciclo de Vida Organizacional
Inovação
Agronegócio

Área

Gestão da Inovação

Tema

Organização, Processos e Projetos de Inovação

Autores

Nome
1 - JAYSA ELIUDE AGUIAR DOS SANTOS
Centro Universitário UniFACISA - Unidade de Administração
2 - ANDRÉ GUSTAVO CARVALHO MACHADO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - PPGA/MPGOA

Reumo

Embora haja o entendimento de que esforços que relacionem o Ciclo de Vida Organizacional às características de inovação sejam relevantes para lidar com a dinâmica dos mercados (Abernathy & Utterback, 1978; Klepper, 1996; Bos, Economidou, & Sanders, 2013), percebe-se, por meio de levantamento bibliográfico realizado na base de dados no portal de Periódicos CAPES (entre 1950 e 2016) e Spell (entre 2008 e 2016), uma escassez de pesquisas que analisem, conjuntamente, a interação entre Ciclo de Vida Organizacional, inovações e seus fatores precedentes.
O problema de pesquisa foi elaborado em forma de pergunta da seguinte forma: inovações empreendidas no setor de produção de cachaça, e seus fatores precedentes, comportam-se ao longo do Ciclo de Vida Organizacional? O objetivo central do artigo é analisar o comportamento das inovações empreendidas no setor de produção de cachaça e seus fatores precedentes ao longo do Ciclo de Vida Organizacional.
Tomando-se como referência os resultados das pesquisas de Miller e Friesen (1984), o ciclo de vida organizacional é composto por cinco fases distintas, mas não necessariamente lineares. Estes mesmos autores consideram as fases de nascimento, crescimento e renovação como fases inovativas em que as competências organizacionais são mais valorizadas e incentivadas. Nesta perspectiva, Abernathy e Utterback (1978) evidenciaram padrões de inovação ao longo da trajetória organizacional, os quais se alternavam entre inovações de produto e processo seguindo um fluxo contínuo e interdependente.
A estratégia de pesquisa foi o estudo de caso em um engenho de produção artesanal de cachaça localizado no estado da Paraíba, região Nordeste do Brasil. Para identificação das fases do ciclo de vida, foram adotadas as variáveis estabelecidas por Miller e Friesen (1984). Os dados primários foram coletados por meio de entrevistas, observação direta sistemática e análise de documentos. O processo de análise dos dados para dar significação ao material coletado seguiu três etapas propostas por Bardin (2006).
O engenho passou por três fases do ciclo de vida organizacional: nascimento (1), maturidade (2) e renovação (3). A fase 1 teve preponderância de inovações incrementais de marketing, enquanto que na fase 2 destacou-se as inovações radicais de marketing e incrementais organizacionais. Na fase 3 observaram-se inovações organizacionais, marketing, produto e processo com maior intensidade radical. Os resultados demonstraram uma forte concentração do papel da liderança como principal condutor de inovação. Recursos humanos, financeiros, tecnológicos e reputacionais destacaram-se como habilitadores.
Os achados da pesquisa avançam nas discussões sobre as relações entre inovação e ciclo de vida organizacional. Os achados reforçaram as diferenças entre condutores e habilitadores e a importância de considerá-los individualmente para melhor compreender o processo de inovação. As evidências também contribuem para os gestores, na medida em que podem ajudar a direcionar esforços e recursos em prol do desenvolvimento de inovações. Percebe-se, igualmente, o potencial de contribuição dos achados para a gestão pública, no sentido de direcionar políticas para o fortalecimento do setor.
Abernathy, W. J., & Utterback, J. M. (1978). Patterns of industrial innovation. Technology Review, 64 (7), 254-228. Hanks, S. H. (2015). The organization life cycle: integrating content and process. Journal of Small Business Strategy, 25 (1), 1-12. Lester, L. D., Parnell, J. A., & Carraher, S. (2003). Organizational life cycle: a five-stage empirical scale. The International Journal of Organizational Analysis, 11 (4), 339-354. Miller, D., & Friesen, P. (1984). A longitudinal study of the corporate life cycle. Management Science, 30 (10), 1161-1183.