Resumo

Título do Artigo

A RETÓRICA, O SILÊNCIO E A OMISSÃO, COMO INSTRUMENTOS DE PERPETUAÇÃO DO RACISMO ESTRUTURAL NAS ORGANIZAÇÕES BRASILEIRAS – UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA E INTERPARADIGMÁTICA.
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Palavras Chave

Racismo Estrutural
Discurso Retórico
perspectiva interparadigmática

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Genero, Diversidade e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - Marcos Samaha
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Higienópolis

Reumo

A população negra sofre racismo estrutural há cinco séculos no Brasil. Discursos retóricos foram e são usados pelas classes dominantes para justificar incongruências e para manipular uma sociedade omissa. A Teoria Racial Crítica confronta o Racismo Estrutural com uma abordagem radical que gera antagonismos. A Perspectiva Fenomenológica é um meio efetivo de trazer à luz as experiências dos que sofrem racismo. Uma visão interparadigmatica desafia pressupostos, cria reflexões críticas e sensibilidade, para gerar mudanças nas políticas públicas, nas organizações e emancipar a população negra.
Seria a Perspectiva Fenomenológica, com a Teoria Racial Crítica, numa visão interparadigmática, uma forma de sensibilizar a sociedade para o racismo, gerar reflexão e mudanças? Objetivo geral: evidenciar se as duas abordagens podem conjuntamente gerar reflexão, conscientização e mudança, e fazer com que se implementem politicas publicas, ações afirmativas, leis, projetos de diversidade e inclusão efetivos. Objetivos específicos: identificar limitações da Teoria Racial Crítica, os atributos da Perspectiva Fenomenológica, e como uma visão interparadigmática é mais abrangente e completa.
A Teoria Racial Crítica é o paradigma que melhor embasa o estudo do Racismo Estrutural. Porém gera antagonismos e tem limitações. Para superar essas limitações, a perspectiva Fenomenológica é efetiva ao trazer à tona as experiências dos que sofrem o racismo. Estar preso a modelos teóricos, é limitar a realidade do mundo, e a abordagem interparadigmática remove a falácia da pureza da ciência (ZEPEDA, 2016). O Paradígma é uma noção não rígida que baliza o caminho para abordar um fenômeno (JENUINO, 2018). Observar um fenômeno com apenas um paradigma é uma Cegueira Paradigmática (MORIN, 1999).
A escravidão, o liberal-escravismo do sec. XIX e discursos contra as ações afirmativas, são diferentes faces de discursos retóricos incongruentes. A perspectiva fenomenológica traz à luz as experiências de indivíduos que sofrem racismo. A Teoria Racial Crítica desafia pressupostos e cria reflexões. As duas perspectivas atuando em conjunto, numa visão interparadigmática, trazem sensibilidade à sociedade, para gerar mudanças estruturais, visando à emancipação dos negros brasileiros e podem ser mais eficazes do que isoladamente, formando uma perspectiva Fenomenológica Crítica em Ciências Sociais.
As classes dominantes há séculos perpetuam o racismo estrutural utilizando a retórica, o silêncio e a omissão, de forma intencional, para manipular ideologicamente a população e perpetuar as estruturas desiguais existentes desde a escravidão. Estudar fenomenologicamente a experiência do oprimido com o Racismo Estrutural, e evidenciar a Omissão, dá luz ao que se sente na pele, denuncia o Racismo Estrutural e pode gerar conscientização e mudança, para que se implementem de forma transformacional, políticas publicas, ações afirmativas e projetos de diversidade e inclusão nas empresas.
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