Resumo

O Brasil começa a despertar para uma nova consciência política. Nesta perspectiva destaca-se alguns importantes movimentos políticos e sociais que foram responsáveis pelo processo de reabertura política brasileiro, como os Caras-Pintadas e Diretas Já! Do Bem (2006) expõe que um dos desafios para a sociedade brasileira é a mobilização de forças transformadoras, tendo em vista a sua coparticipação; por isso alguns movimentos políticos sociais brasileiros surgiram com repercussão nacional (e global), como o Movimento do Passe Livre, marcado pela indignação e esperança (Castells, 2013)

Problema: os sites de redes sociais intensificando a contribuição individual, com acesso público: uma manifestação da ação agente/sujeito. Objetivo: analisar sites de redes sociais como canal de comunicação para movimentos sociais, especialmente os de fundo político-social, que convocam a multidão para as ruas e alimentam o debate político, relevantes para o processo de reabertura e redemocratização do país, ilustrado pelo Movimento do Passe Livre (MPL) comparado às mobilizações sociais anteriores que estão representadas pelos movimentos dos Caras-Pintadas e Diretas Já!

Nas teorias de movimentos sociais (principalmente as do século XIX) discutidas por Alonso (2009), o Estado não é necessariamente um antagonista das reivindicações da sociedade, mas continua sendo um elemento relevante. Na visão de Abers e von Bülow (2011) não é possível separar de forma rígida a sociedade civil e Estado.

A metodologia de Fato Histórico e Fato Social ancorada nas perspectivas de Marx e Weber para explicar como a sociedade se forma, se transforma, se preserva e se transforma novamente; parte-se para as análises do processo de reabertura política no Brasil e de movimentos de uma sociedade em redes: todosjuntos#sqn.

Por intermédio do exemplo do Movimento do Passe Livre é possível compreender como os sites de redes sociais intensificam o efeito de uma convocação. Outra característica importante que deve ser destacada no Movimento do Passe Livre é a evidência de múltiplas reivindicações, formando assim tribos, que além de terem um tema de afinidade, manifestam outros pontos de vista, do individual para coletivo, fazendo florescer uma das correlações sociológicas básicas: o indivíduo como sujeitos da ação.

As conclusões apontam que o Brasil está num processo de aprendizagem para formar um povo mais consciente de seus direitos e obrigações. Considerando as premissas de Marx e Weber de como a sociedade se forma, se transforma, se preserva e se transforma novamente e trazendo ao tempo atual que os sites de redes sociais motivam a sociedade a ser mais inclusiva e participativa. Nesta perspectiva a história política se faz em espiral, que resgata conceitos e proposições, oferece outras roupagens e aponta novas proposições, num emaranhado de vozes individuais e coletivas, mas raramente sozinhas.

Abers, R. & von Bülow, M. (2011). Movimentos sociais na teoria e na prática: como estudar o ativismo através da fronteira entre Estado e sociedade? Sociologias, 13(28), 52-84. Alonso, A. (2009). As teorias dos movimentos sociais: um balanço do debate. Lua Nova, São Paulo, 76 49-86. Aristóteles (1997). Ética a Nicômaco, Brasília: UnB. Badawy, A. M. (2009). Technology management simply defined: A tweet plus two characters. Journal of Engineering and Technology Management, 26(4), 219-224. Castells, M. (2013). Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet, Rio de Janeiro: