Resumo

Título do Artigo

A ALAVANCAGEM OPERACIONAL EXPLICA CRIAÇÃO DE VALOR? UMA ANÁLISE DOS BANCOS BRASILEIROS
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Palavras Chave

Alavancagem Operacional
Criação de valor
Bancos

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Capital e Valor

Autores

Nome
1 - João Paulo Augusto Eça
FEA-RP/USP - Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade
2 - João Guilherme Magalhães-Timotio
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Belo Horizonte
3 - Fabiano Guasti Lima
FEA-RP/USP - Departamento de Contabilidade

Reumo

O investidor, na busca pela maximização de sua riqueza, tem a relação risco e retorno como um aspecto relevante para tomada de decisão. Tem-se como uma medida de risco do negócio a alavancagem operacional. Desta forma, espera-se que a alavancagem operacional, em contrapartida ao maior risco, contribua para geração de resultados na empresa. A respeito dos retornos gerados, tem-se que, uma empresa que aufere resultados que excedam o capital investido (próprio e de terceiros) está criando valor econômico.
A busca por fatores que levam à criação ou destruição de valor é de suma importância para os investidores. Todavia, não foram encontrados estudos que investiguem a alavancagem operacional enquanto determinante da criação de valor. Com isso, este estudo buscou investigar se a alavancagem operacional explica a criação de valor dos bancos no Brasil. A razão pela escolha do setor bancário é que, além de sua substancial importância para economia, os bancos possuem características sui generis as quais demonstram ter indícios da existência de elevada alavancagem operacional.
Para mensuração da alavancagem operacional, tem-se o Grau de Alavancagem Operacional que, em linhas gerais, trata-se da porcentagem de variação do EBITDA dividido pela variação percentual nas vendas (EHRHARDT; BRIGHAM, 2010). Por elevar o risco sistemático, espera-se que o Grau de Alavancagem Operacional, por consequência, gere maior taxa de retorno (GUTHRIE, 2011). A respeito da criação de valor, Dodd e Chen (1997) asseveram que o EVA permite aos investidores verificar se o ganho com o capital investido excede seu custo. Em outros termos, o EVA refletirá se houve criação de valor pela empres
A análise dos dados se deu por meio de regressão de dados em painel, dentro de um horizonte de tempo de 2003 a 2016. A amostra contemplada abrange os 100 maiores bancos no Brasil (em total de ativos no ano de 2016). Com isso, constituiu-se um painel de dados desbalanceado com 980 observações, tendo, ainda, como variável dependente o EVA, variável independente o GAO e, como controle, as variáveis Selic, câmbio, inflação, tamanho e crise.
Verificou-se que a alavancagem operacional é inversamente relacionada à criação de valor. Embora contrarie a literatura, este resultado pode ter explicação em algumas mudanças que o setor financeiro vem passando ao longo dos anos. Tais mudanças são percebidas na relação entre as instituições financeiras e seus clientes, ensejando uma necessidade de mudança de postura dos bancos quanto a sua estrutura operacional. Portanto, depreende-se dos resultados encontrados que uma maior estrutura de custos fixos, proveniente de alavancagem operacional, reduz a capacidade de criação de valor dos bancos.
Os resultados provenientes deste estudo apontam que a alavancagem operacional explica negativamente a criação de valor dos bancos. Tal fato pode ser explicado pelas mudanças as quais o setor bancário vem passando com o desenvolvimento da tecnologia de informação. Em outros termos, o desenvolvimento tecnológico vem obrigando os bancos a mudarem a maneira por meio da qual fazem negócios, ensejando, desta forma, que, possivelmente, aquilo que tempos atrás era importante para os bancos gerarem resultados (estrutura com grande proporção de custos fixos) vem deixando de ser.
DODD, J.L; CHEN, S. Economic value added: an empirical examination of a new corporate performance measure. Journal of Managerial, n. 9, v. 3, 1997. EHRHARDT, M; BRIGHAM, E. Corporate Finance: A Focused Approach, 4rd edition. South-Western: Mason, Ohio, 2011.