Resumo

Título do Artigo

PERCEPÇÃO DOS JOVENS SOBRE A CORRUPÇÃO NA POLÍTICA E NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
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Palavras Chave

Corrupção
Política
Jovens

Área

Administração Pública

Tema

Relação Governo-Sociedade: Transparência, Accountability e Participação

Autores

Nome
1 - MARCIA KATIA ALVES SILVA
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2 - GERALDA ELIANE DE SOUSA
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3 - CLAUDIVINA DOS REIS ANDRADE
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4 - Grazielle Isabele Cristina Silva Sucupira
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI (UFVJM) - DEAD
5 - Juliana Vieira Borges
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI (UFVJM) - FACSAE

Reumo

A corrupção é tema recorrente na formação política e social do Brasil, mas nem sempre está apenas relacionada à Administração Pública. Combater as práticas ilícitas também é papel do cidadão, e os jovens representam a parcela da população que pode representar uma “massa crítica e criativa” em relação à atual situação de descrença na honestidade do Estado brasileiro, oriundas de seu surgimento. Os resultados deste estudo podem representar indícios de um agrupamento social mais ou menos consciente e ativo sobre o seu papel na sociedade.
Segundo pesquisa realizada pela Unicef (2007) entre os jovens de 15 a 19 anos, constatou-se que 37% consideram que a maior vergonha do Brasil são os políticos e a corrupção. Mas como estes jovens percebem as ações contra a corrupção? Confiam no Estado? O que entendem como corrupção? Dado que esta parcela da população, os jovens, representam os atuais e futuros decisores da política nacional, o objetivo deste artigo é apresentar a percepção dos jovens, estudantes do ensino médio, sobre a corrupção no governo e na sociedade.
A corrupção para ocorrer deve envolver dois indivíduos que são corrompidos ao ponto de haver uma transferência de renda que não esteja dentro das normas legalmente aceitas (SILVA; 1996). Segundo Santos e Amanajás (2012) a corrupção não é um fenômeno recente, estando ligada ao surgimento do Estado e consequentemente a uma relação de poder onde o indivíduo que almeja algo pode corromper ou ser corrompido. O Modelo Patrimonialista, substituído pelo Modelo Burocrático, que tentando ser substituído pelo Gerencialista, buscam sem sucesso extinguir a corrupção da sociedade brasileira.
Esta pesquisa se baseou em uma abordagem quantitativa, do tipo descritiva em que para coleta de dados utilizou-se questionários estruturados aplicados direta e pessoalmente nas escolas, a jovens do ensino médio da cidade de Itamarandiba–MG, os quais se encontravam matriculados no ano de 2016. Coletou-se um total de 189 questionários. Os respondentes foram selecionados não-probabilisticamente e por acessibilidade. A coleta dos dados ocorreu em maio de 2016 e os questionários foram tabulados com o auxílio do programa Excel.
Mais de 75% dos jovens afirmam ter interesse nos governos, mas mais de 60% não se relaciona ativamente com a política. Acreditam que como combate à corrupção o cidadão deveria participar mais das reuniões na Câmaras de Vereadores. Mais da metade se sentem muito preocupados com a situação política do país enquanto acreditam que a corrupção no país seja culpa de alguns governantes e alguns brasileiros (46%). Em sua maioria não acreditam que o povo brasileiro seja corrupto mas que falta punição para quem comete corrupção. 52% acredita que não existe ambiente governamental livre de ato corrupto.
Constatou-se uma situação incongruente, pois ao mesmo tempo em que estes jovens afirmam possuir muito interesse pela política, e estarem preocupados com a atual situação política do país e com a corrupção, não demonstram iniciativas pessoais ou coletivas para mudar a realidade a qual não estão satisfeitos. O interesse se resume em informar-se sem, contudo, adotar uma postura proativa. Os jovens pesquisados se apresentam apáticos diante das questões que os preocupa na política e na sociedade. Os resultados demonstram a falta uma consciência política ativa em prol da coletividade.
SANTOS, P. K.; AMANAJÁS, A. F. Democracia e corrupção no Brasil: a face tirana do poder político. Estação Científica (UNIFAP). Macapá, v.2, n.1, p.11-24, jan./jun. 2012. SILVA, M. F. G. A economia política da corrupção. Estudos Econômicos da Construção, n.2,1996. Disponível em: . Acesso em: 13 out 2015. UNICEF. Fundo das Nações Unidas para a Infância; Instituto Ayrton Senna; Fund. Itaú Social. Adolescentes e Jovens do Brasil Participação Social e Política.2007. Disponível em: < https://www.unicef.org/brazil/pt/voz2007.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2015