Resumo

De acordo com Martins et al. (2014), a empresa familiar define-se como sendo o alicerce para que as sociedades cresçam e se desenvolvam. Para Floriani e Rodrigues (2000) uma das questões mais problemáticas nas empresas familiares é a falta de planejamento sucessório. Portanto, o presente artigo tem como base principal a inovação na implantação de um método não convencional de sucessão em empresas familiares, inserido na gestão da empresa mãe e desmembrada em consórcio de três escolas modulistas.

O presente estudo defende a possibilidade de aceitação que a associação entre consórcio modular e o planejamento sucessório familiar pode promover uma estrutura empresarial mais efetiva do que os modelos de processos sucessórios tradicionais. O problema de pesquisa questiona se é possível adotar a estratégia de consórcio modular como ferramenta no apoio à sucessão familiar. O objetivo é avaliar a aplicação de um consórcio modular como ferramenta de apoio à sucessão familiar.

A literatura sobre empresas familiares aponta a sucessão sendo um processo que, na para Gersick et al. (1997), se caracteriza como a quarta e última fase de uma empresa familiar, marcada por constante preocupação com o momento da transição. Mesmo que as empresas não estejam preparadas, as transições vão ocorrer e os ciclos recomeçar. Para Lodi (1993) a sucessão familiar é uma transferência de poder, geralmente conduzida em períodos de três a cinco anos, e preparada ao longo de uma geração.

O presente trabalho, de cunho qualitativo, caracteriza-se: (a) quanto aos objetivos: exploratório, intervencionista e explicativo; (b) quanto aos meios: estudo de caso, ou ainda, estudo de caso único com objetos incorporados (BRAGA, 2015). E no tocante aos procedimentos técnicos, como uma abordagem de pesquisa-ação. Este tipo de pesquisa requer ação tanto nas áreas da prática quanto da pesquisa, de modo que terá características tanto da prática rotineira quanto da pesquisa científica.

Os principais efeitos da criação do consórcio foram divididos em: a) Gestão interna, com efeitos em: demandas operacionais; gestão financeira e orçamentária; autonomia de decisões; investimentos; planejamento. b) Gestão interorganizacional, com efeitos em: transparência; aprendizado; colaboração e competitividade; autonomia e imagem dos sucessores; gastos operacionais. c) Abordagem pedagógica, com efeitos em: qualidade de ensino, seleção de pessoal, agilidade em processos; investimentos.

A opção pelo desmembramento de uma escola em uma estrutura modular constituiu uma forma inovadora de organizar a sucessão familiar, tendo implicações positivas ao nível de especialização do desenvolvimento curricular, da organização administrativa das escolas e das práticas pedagógicas. Efeitos percebidos da criação do consórcio no ambiente individual e interorganizacional das empresas foram destacados, de forma que possam ser incentivadas implantações desta prática em outras escolas.

BRAGA, A. X. V. Avaliação da aplicação da gestão interorganizacional de custos no ambiente de consórcio modular: competitividade por meio da estratégia de colaboração e redução dos custos globais das operações. Tese de Doutorado. Programa de Pós Graduação em Administração. UNISINOS, 2015. TILLMANN, C; GRZYBOVSKI, D. Sucessão de dirigentes na empresa familiar: estratégias observadas na família empresária. Organizações & Sociedade, v. 12, n. 32, p. 45-61, 2005.