Resumo

Título do Artigo

INTERFACE ENTRE STRATEGIZING E TAREFAS QUE COMPÕEM OS TIPOS DE TRABALHO: ESTUDO DE CASO NA ÁREA DE VAREJO & E-COMMERCE
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Palavras Chave

Strategizing
Tipos de Trabalho
Affordance

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Processo Estratégico nas Organizações

Autores

Nome
1 - Rosalia Aldraci Barbosa Lavarda
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - Florianópolis
2 - Nils Lennart Ziegler
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - Florianópolis
3 - Avellino Balbino
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - CSE
4 - viviane pinto carneiro
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - Programa de Pós Graduação em Administração

Reumo

Consideramos a estratégia como um processo micro-organizacional, na ótica da ação ou da estratégia como prática social (strategizing); e que existem pelo menos quatro tipos de trabalho, desde o mais rotineiro até o mais qualificado e inovador. Nesse sentido, as possibilidades de ação dos atores organizacionais estão relacionadas aos seus tipos de trabalhos. As tarefas, assim, são partes do trabalho materializado. Recorremos ao conceito de affordances que corresponde as possibilidades de ação que a materialidade de um objeto permite, para compreender essas relações entre material e social.
Para responder a questão de pesquisa: como se dá a interconexão entre strategizing e tarefas que compõem os diferentes tipos de trabalho? Temos que: a interconexão entre strategizing e trabalho se dá pelo affordance (possibilidade de ação) inerente a cada elemento que compõe tanto o strategizing quanto os elementos que caracterizam os tipos de trabalho; portanto, o strategizing influencia os elementos que compõe os tipos de trabalhos e vice-versa. O objetivo deste estudo foi compreender como se dá a interconexão entre strategizing e tarefas que compõem os diferentes tipos de trabalho.
Strategizing é o fluxo de atividades que ocorrem por meio de ações e interações de múltiplos atores (Jarzabkowski, 2007). Affordances reconhece como a materialidade de um objeto favorece, dá forma e, ao mesmo tempo, constrange um conjunto de usos específicos. As possibilidades de ação não são dadas, mas dependem da intenção dos atores que as executam (Zammuto, 2007). E, a centralização, formalização e nível de conhecimento são os elementos constitutivos da tarefa e devem ser incorporados aos tipos de trabalho de Perrow (1967).
Adotamos a metodologia qualitativa por meio do estudo de caso. A seleção do caso foi não aleatória e por conveniência, considerando-se o alto nível tecnológico e a estruturação em níveis hierárquicos bem definidos da organização. Trata-se de um estudo longitudinal iniciado em 2015. As técnicas de coleta de dados foram entrevistas semiestruturadas, observação direta e análise de documentos. A análise dos dados coletados utilizou a análise da narrativa (Godoi, Bandeira-de-melo e Silva, 2006) e pattern matching possibilitando o processo abdutivo entre teoria e campo (Trochim,1989).
A partir dos elementos constitutivos de análise EC1: Strategizing (Práticas, práxis e praticantes) e EC2: Tipos de Trabalho (T1, T2, T3 e T4). Deu-se a análise de cada um dos cargos: analista de marketing, editor web e gerente de marketing. Para cada um desses, foram definidas possibilidades de ação (affordances) relacionadas a tarefas desenvolvidas pelo seu tipo de trabalho; identificando-se, assim, diferentes níveis de centralidade, formalização e qualificação inerente a composição dos tipos de trabalho.
Foi possível identificar uma conexão entre os elementos que compõem o strategizing e os elementos que compõem os tipos de trabalho a partir da execução da tarefa. É na execução da tarefa que os atores utilizam a subjetividade inerente às relações que permeiam o ambiente organizacional mesclada com a materialidade ou objetividade que vem imposta pelas normas regras e demais restrições e possibilidades de atuação (affordance). Aponta-se novos estudos sobre artefatos, materialidade e a relação do strategizing com o macro e com os resultados organizacionais (desempenho).
Dameron, S., Lê, J. & Lebaron, C. (2015). Materializing strategy and strategizing material: why matter matters. British Journal of Management, 26(1), S1-S12. Jarzabkowski, P., Balogun, J., & Seidl, D. (2007). Strategizing the challenges of a practice perspective. Human Relations, 60(1), 5-27. Perrow, C. (1970). Organizational analysis: a sociological view. London: Tavistock. Zammuto, R. F., T. L. Griffith, A. Majchrzak, D. J. Dougherty and S. Faraj (2007). Information technology and the changing fabric of organization, Organization Science, 1(18), 749-762.