Resumo

Título do Artigo

Estratégias de upside participation e downside protection para otimização de carteiras no mercado acionário brasileiro
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Palavras Chave

Teoria da seleção de portfólios
Upside participation, downside protection
Ibovespa

Área

Finanças

Tema

Técnicas de Investimento

Autores

Nome
1 - Wendel Moreira Duarte
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS (CEFET/MG) - Campus II
2 - Felipe Dias Paiva
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS (CEFET/MG) - Belo Horizonte
3 - RODRIGO TOMAS NOGUEIRA CARDOSO
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS (CEFET/MG) - Departamento de Física e Matemática

Reumo

O objetivo da gestão ativa de investimentos é escolher os melhores ativos para se investir e para compor uma carteira que proporcione um retorno superior ao índice de mercado considerado como referência. O estudo se concentra na questão do que é mais efetivo, priorizar defesa contra movimentos de queda que atingem um patamar abaixo de uma referência de mercado ou optar por ações que busquem acompanhar movimentos que superem um patamar de referência, ou, ainda, se posicionar entre as duas linhas de ação.
O presente trabalho pretende verificar a efetividade da adoção de estratégias voltadas à maior participação em movimentos de alta e/ou maior proteção contra perdas como critério de seleção de ativos para compor os portfólios. Para isso, pretende avaliar o desempenho de carteiras montadas por meio aplicação do modelo de otimização de Markowitz, dado um universo reduzido de ativos com base nas estratégias estipulada. Toma-se para comparação uma aplicação do modelo de otimização de Markowitz, considerando todos os ativos da amostra e o desempenho de um índice de mercado.
O termo “upside participation and downside protection” tem sido um dos objetivos da gestão ativa de portfólios. Qian (2016) lista três caminhos possíveis em torno desse objetivo. O primeiro é focar em estratégias de baixa volatilidade, buscando proteção contra grandes perdas e também correndo o risco de abdicar dos grandes retornos. O segundo caminho é focar os investimentos em estratégias que buscam maiores ganhos, estando suscetíveis a operações de maior volatilidade. A terceira opção é buscar uma ponderação entre os dois caminhos, o que parece ser o mais razoável sob um olhar intuitivo.
A amostra de dados baseia-se em ativos do índice Ibovespa de um período de 5 anos. Sobre as estratégias definidas, escolheu-se montar três estratégias distintas que seguem as três possíveis estratégias apresentadas por Qian (2016). Para essas estratégias, previamente, a cada etapa de composição da carteira, os ativos disponíveis para investimento foram selecionados conforme o critério especificado. Após esse filtro, as carteiras foram otimizadas utilizando o modelo MV, com critério de escolha do ponto de maior índice de Sharpe. A operação considera uma frequência diária sem custos de operação.
A carteira MV-UP, estratégia orientada a prover maior participação em movimentos de alta, apresentou melhores resultados em termos de cardinalidade, a série de retornos dessa carteira apresenta o menor coeficiente de variação entre as carteiras, bem como apresenta os melhores resultados de retorno acumulado em comparação do período total e comparações anuais, superando as demais estratégias delineadas e os baselines propostos. Sobre a acurácia, mesmo essa estratégia gerando mais operações de perda, observa-se uma melhor relação entre a magnitude dos valores das operações de perda e de ganho.
Conclui-se que uma estratégia orientada a prover maior participação em movimentos de alta como critério de seleção de ativos para compor carteiras no mercado de ações brasileiro é uma opção eficaz, que traz benefícios em termos de redução de cardinalidade, melhoria da relação entre perdas e ganhos médios e retornos totais acumulados. Conclui-se também que as demais estratégias propostas não apresentaram bons resultados, tendo suas métricas próximas das obtidas com a simples aplicação do modelo MV, o que não justifica o esforço prévio de classificação dos ativos.
Alonso, N., & Barnes, M. (2016). Efficient Smart Beta. The Journal of Investing, 25, 103–115. Cloutier Jr, R., & Xu, D. (2015). Creating a high dividend stock strategy while exploiting Markowitz, H. M. (1952). Portfolio Selection. The Journal of Finance, 7, 77–91. Qian, E. (2015). On the Holy Grail of “Upside Participation and Downside Protection.” The Journal of Portfolio Management, 41, 11–22. Qian, E. (2016). Risk Parity Fundamentals. Boca Raton, FL: CRC Press. Sharpe, W. F. (1994). The Sharpe Ratio. The Journal of Portfolio Management, 21, 49–58.