Resumo

Título do Artigo

A INFLUÊNCIA DOS COLATERAIS NA ESTRUTURA DE CAPITAL DE EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS
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Palavras Chave

Estrutura de capital
Colaterais
Regressão linear

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Capital e Valor

Autores

Nome
1 - Hernani Vidigal de Padua
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - São Paulo
2 - MICHELE NASCIMENTO JUCÁ
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - CCSA
3 - Wilson Toshiro Nakamura
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas - PPGA
4 - Anderson Luis Saber Campos
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC (UFABC) - CECS
5 - Douglas Dias Bastos
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Centro de Ciências Sociais e Aplicadas

Reumo

As dívidas são fontes de captação relevantes às empresas, podendo ser obtidas de diversas formas e maturidades. Um dos atritos existentes no mercado e que dificulta a obtenção de capital de terceiros, refere-se à existência de assimetria de informação entre empresas e credores. Uma forma de mitigar esse problema e facilitar a obtenção de dívidas é a oferta de garantias aos credores pelas companhias. Assim, os colaterais ou ativos passíveis de serem dados em garantia auxiliam as organizações a melhor definir sua estrutura de capital e maturidade das dívidas.
Diante do exposto, o problema de pesquisa é: qual é a relação entre os ativos colaterais e o nível de endividamento das empresas prestadoras de serviços? O objetivo geral desse estudo é analisar a relação entre os colaterais e o nível de endividamento das empresas. Como objetivos específicos, busca-se verificar: a) a relação entre a maturidade dos colaterais e a das dívidas das empresas e b) a dependência das empresas que contraem dívidas via bancos desses ativos.
Norden e Kampen (2013) analisam o matching entre ativos e passivos, considerando o efeito dos colaterais sobre a estrutura das dívidas. No caso do endividamento total, destaca-se a significância do imobilizado e recebíveis. Já para a dívida de longo prazo, os colaterais que se destacam são imobilizado e estoque. Por fim, para o endividamento de curto prazo, apenas recebíveis são significantes. Faulkender e Petersen (2006) constatam que empresas com grau de rating possuem menor restrição ao crédito, sendo mais alavancadas que aquelas sem acesso ao mercado de capitais.
A amostra final considera 153 companhias, sendo 110 de tecnologia e 43 de transporte, listadas NASDAQ, em abril de 2017. Os dados anuais são obtidos durante o período de 2010 a 2016, a partir da base Capital IQ da Standard & Poor's (S&P). As observações são analisadas por meio de estatística descritiva, diferença de médias, análise de correlação, enquanto que as hipóteses são testadas via regressão OLS, com dados empilhados. Os resultados do modelo de regressão são validados por meio de testes de seus pressupostos.
Os colaterais são mais relevantes para as empresas que dependem de bancos do que para aquelas que podem se endividar via mercado de capitais. Quanto maior o nível de ativos recebíveis e estoques, maior o nível de endividamento de curto prazo da empresa. A confirmação das hipóteses se dá, sobretudo, em função da variável IMOB – colateral de longo prazo. Tal fato decorre de sua maior representação, em relação aos outros colaterais de curto prazo – REC e ESTOQ. Além disso, cabe ressaltar que a variável ESTOQ é quase inexistente para o setor de transporte e muito baixa para o setor de TI.
O estudo contribui para o entendimento da relação entre tipos e maturidade dos ativos, em relação ao nível e maturidade das dívidas. A correta identificação dos tipos e maturidade dos colaterais auxiliam as empresas a captarem recursos com menor custo, otimizando a mitigação da assimetria de informação junto aos credores. Por sua vez, a análise das empresas de tecnologia e transporte, no mercado norte-americano, pode lançar luz às empresas brasileiras sobre as melhores alternativas de uso de colaterais na captação de recursos nos mercados de capital e de crédito para as empresas de serviços.
FAULKENDER, M.; PETERSEN, M. Does the source of capital affect capital structure? Review of Financial Studies, v. 19, n. 1, p. 45-79, 2006.NORDEN, L.; VAN KAMPEN, S. Corporate leverage and the collateral channel. Journal of Banking & Finance, v. 37, n. 12, p. 5062-5072, 2013.