1 - Carlyle Tadeu Falcão de Oliveira UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (UERJ) - Faculdade de Administração e Finanças
2 - Deborah de Moraes Zouain UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROFESSOR JOSÉ DE SOUZA HERDY (UNIGRANRIO) - Lapa
3 - Luiz Alexandre Valadão de Souza UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROFESSOR JOSÉ DE SOUZA HERDY (UNIGRANRIO) - Lapa
4 - André Luís Faria Duarte UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROFESSOR JOSÉ DE SOUZA HERDY (UNIGRANRIO) - Lapa
Reumo
No Brasil, o turismo é considerado uma opção importante para o desenvolvimento socioeconômico, um setor capaz de promover o crescimento económico, melhorando as áreas sociais, culturais e ambientais da região. Neste sentido, a avaliação de fatores que favorecem ou inibem o turismo tem uma importância estratégica para o país, que busca oferecer produtos de alta qualidade e ao mesmo tempo criar um conceito inovador de competitividade.
O presente estudo busca responder se existe a diferença de visão entre especialistas e turistas sobre fatores que impactam o turismo em um destino. Partiu do pressuposto de que os modelos de mensuração da competitividade de destinos estão focados essencialmente em fatores de oferta e foram construídos por estudiosos e especialistas do setor, fornecendo uma visão que pode distanciar-se da realidade percebida pelo consumidor-turista. Assim, o objetivo do trabalho é verificar se existe diferença de visão entre especialistas e turistas sobre fatores que impactam o turismo em um destino.
O estudo da competitividade dos destinos turísticos brasileiros tem sido um dos principais objetivos dos Planos Nacional de Turismo brasileiro desde 2007. No período 2007-2015, o Ministério do Turismo utilizou uma metodologia de investigação para identificação de destinos turísticos que poderiam desempenhar o papel de indutor do desenvolvimento do turismo em suas respectivas regiões. Essa metodologia foi desenvolvida para a mensuração da competitividades dos destinos turísticos indutores do desenvolvimento turístico regional (Ministério do Turismo, 2013).
Este trabalho se baseou em abordagem qualitativa, já que teve a finalidade de garantir a riqueza dos dados para a compreensão do fenômeno relatado em sua totalidade. Foi adotado o Método de Incidente Crítico (MIC), que permite ao respondente expressar necessidades e expectativas específicas. A coleta de dados foi realizada por meio de perguntas abertas, tendo seu conteúdo gravado, e realizados apontamentos sobre os entrevistados, assim como dos trechos relevantes da narrativa. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo e à luz do modelo brasileiro de competitividade.
Foram consideradas 77 entrevistas e classificados 209 incidentes críticos (IC). Os resultados mostraram que metade dos IC não se encaixava nas categorias de análise propostas no modelo brasileiro de competitividade, surgindo nove “novas categorias”. Há, portanto, uma diferença entre a perspectiva do visitante e a do especialista em relação ao que de fato é mais importante sobre turismo no destino.
A experiência turística, ou o feedback da demanda, pode ser considerada uma variável de desempenho da competitividade do destino. Nesse sentido, seria possível estabelecer relações de causa e efeito, entre fatores competitivos e seus respectivos desempenhos. A análise dos incidentes críticos permite o aprimoramento dos modelos de competitividade, estabelecendo novas categorias e revisando as existentes em relação ao seu peso dentro do modelo para a contribuição da competitividade global, aumentando a precisão da interpretação da realidade e do diagnóstico do turismo local.
Ministério do Turismo (2013). Plano Nacional de Turismo 2013-2016: o turismo fazendo muito mais pelo Brasil. Ministério do Turismo, Brasília.