Resumo

Diante do desafio cada vez maior em gerir e liderar equipes multidisciplinares, multifocadas e diversificadas, a inteligência emocional surge como aspecto de competência inerente aos gestores, líderes e membros de equipes, como opção pela busca da qualidade de vida e engajamento no ambiente de trabalho. A inteligência emocional envolve a capacidade de perceber acuradamente, de avaliar e de expressar emoções; a capacidade de perceber e/ou gerar sentimentos quando eles facilitam o pensamento; a capacidade de compreender a emoção e o conhecimento emocional.

Face ao exposto, quanto aos desafios organizacionais tem-se como problema de estudo: quais são as relações entre inteligência emocional e engajamento no trabalho dos gestores e membros de equipes do estado do Rio Grande do Sul? O objetivo deste estudo é identificar possíveis relações entre as dimensões de inteligência emocional e dimensões de engajamento no trabalho em gestores e membros de equipes.

Inteligência emocional é definida por Goleman (2015) e Salovey e Mayer (1990) como a capacidade de o indivíduo monitorar os sentimentos e as emoções dos outros e os seus, de discriminá-los e de utilizar essa informação para guiar o próprio pensamento e as ações. O engajamento refere-se a um estado mais persistente e afetivo-cognitivo que não é focado em um objeto, evento, indivíduo ou comportamento específico (SHAUFELI; DIJKSTRA; VASQUEZ, 2013).

Trata-se de uma pesquisa descritiva tipo survey, com abordagem qualitativa e quantitativa dos dados. Os participantes do estudo são 132 profissionais gestores e membros de equipes que possuem atividade formal de trabalho remunerada, e atuem no estado do Rio Grande do Sul. Os instrumentos de pesquisa aplicados foram o Emotional Intelligence Appraisal ® , questionário elaborado por Travis Bradberry e Jean Greaves (2016) e o Utrecht Work Engagement Scale (UWES-17) elaborado por Schaufeli e Bakker (2003) e adaptado por Angst Benevides-Pereira e Porto Martins (2009).

Identificou-se que os profissionais gestores e membros de equipes possuem altos níveis de inteligência emocional (77,27%) e engajamento no trabalho (67,33%). Existe relação forte e positiva entre as dimensões de inteligência emocional e engajamento no trabalho (0,61309), ou seja, quanto mais índices de inteligência emocional o profissional apresentar, maior será o seu engajamento em relação ao seu trabalho. As evidências contribuem para as decisões organizacionais que implicam nos objetivos das organizações.

Em resposta ao objetivo geral, pode afirmar-se que, existe relação entre a inteligência emocional e o engajamento no trabalho (0,61309) e esta relação é forte e positiva, ou seja, quanto mais índices de inteligência emocional o profissional apresentar, maior será o seu engajamento em relação ao seu trabalho. Como sugestão de estudos futuros, indica-se a replicação desse estudo em outros contextos e realidades organizacionais, inclusive em amostras específicas de mulheres para buscar-se entender os motivos das diferenças entre os gêneros e os fenômenos estudados.

GOLEMAN, Daniel, ph.D. A inteligência emocional na formação do líder de sucesso. Rio de Janeiro – Ed. Objetiva, 1ºed, 2015. SALOVEY, P. e MAYER, J. D. Emotional Intelligence Imagination. Cognition and Personality, 9, 185-211, 1990. SCHAUFELI, Wilmar; DIJKSTRA, Pieternel; VASQUEZ, Ana C. O engajamento no Trabalho – São Paulo – Editora Casapsi – 2013.