Resumo

Título do Artigo

Rotatividade no Setor Público: uma Análise Político-Econômica de Collor a Dilma
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Palavras Chave

Rotatividade
Política econômica
Setor público

Área

Administração Pública

Tema

Gestão Organizacional: Governança, Planejamento, Recursos Humanos e Capacidades

Autores

Nome
1 - Otávio Augusto de Oliveira Cruz Filho
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - PPGA
2 - Viviane Xavier de Araujo Cruz
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - PPGQVS

Reumo

A rotatividade é um dos fenômenos organizacionais mais estudados devido aos custos diretos e indiretos que impõem às organizações. No nível macro, economistas encontraram correlação positiva entre o nível agregado de atividade econômica, medido pela taxa de emprego, e as taxas de rotatividade. Todavia, verifica-se que os estudos sobre rotatividade apoiam-se principalmente em um nível micro, seja sob a perspectiva do funcionário ou da organização (Mobley, 1977; Mobley, Griffeth, Hand & Meglino, 1979; Hom & Griffeth, 1995, Lee & Mitchell, 1994).
Propõe-se, uma reflexão em nível macro apoiando-se na influência dos fatores externos sustentados pela literatura. O principal objetivo deste estudo é discorrer sobre como o ambiente externo, mais especificamente os fatores político-econômicos, influencia o movimento de entrada e saída de funcionários no setor público. Nesse sentido, cabe uma análise de custo-benefício e de custo de oportunidade, quando o trabalhador analisa se deve ou não sair do emprego.
A teoria econômica provê explicação comportamental dos indivíduos. Pressupõe-se que, nesse processo racional, o indivíduo analisa previamente os custos, riscos e benefícios antes de tomar uma decisão, buscando maximizar a utilidade, ou seja, a sua satisfação. Nesse sentido, o indivíduo, ao tomar decisões, busca eficiência, que é a maximização de ganhos e minimização de custos. Para isso, avalia os incentivos, que são determinados fatores que os estimulam ou desencorajam na otimização dos benefícios, e os custos (Salama, 2008).
Para alcançar esse objetivo, realizou-se de uma pesquisa bibliográfica exploratória de estudos sobre o tema “rotatividade” e “setor público”. Por meio da técnica qualitativa da análise de conteúdo proposta por Bardin (2006), elaborou-se uma descrição dos fatores político-econômicos encontrados na literatura, bem como a caracterização de suas relações com a rotatividade dos servidores público à luz da teoria econômica, que oferece uma análise racional de custo-benefício e avaliação de alternativas de emprego do funcionário antes de decidir sair da organização.
Crises financeiras e econômicas têm impacto tanto nas organizações como nos funcionários. Em tempos de redução de gastos, sob o lema de se "fazer mais com menos", as organizações tem reduzido seus custos. Embora, na iniciativa privada, uma crise financeira esteja diretamente relacionada à demissão de empregados; no setor público, existe uma lógica diferente devido à estabilidade e segurança no emprego (Wynen, & Beeck, 2014).
Verificou-se que, desde a redemocratização, o Brasil passou por uma série de crises que geraram desemprego e deterioração das condições de trabalho, com tendência à desvalorização do serviço público mediante congelamento de salários e enxugamento da máquina administrativa, intercaladas com breves momentos de pleno emprego com valorização desses servidores, pela estruturação de carreiras, aumentos salariais e grande quantidade de concursos públicos. Notou-se uma crescente migração de trabalhadores do setor privado para o público e uma diminuição do fluxo contrário.
Bardin, L. (2006). Análise de conteúdo (L. de A. Rego & A. Pinheiro, Trads.). Lisboa: Edições 70. Mobley, W. H. (1977). Intermediate Linkages in the Relationship between Job Satisfaction and Employee Turnover. Journal of Applied Psychology, 62(2), 237-240. Mobley, W.H., Griffeth, R.W., Hand, H.H., & Meglino, B.M. (1979). Review and Conceptual Analysis of the Employee Turnover Process. Psychological Bulletin, 86 (3), 493-522. Salama, B. M. (2008). O que é “Direito e Economia”. In: TIMM, Luciano Benetti (org.). Direito & Economia. 2ª ed. rev. e atual (pp. 49-61). Porto Alegre: Livraria do Ad