1 - Bruna Valessa Dias Rodriguess UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE) - PPGA
2 - Ariana de Oliveira Melo UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE) - CESA
3 - Veronica Peñaloza UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE) - CESA
4 - Caio Victor de Paula Sousa UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE) - ITAPERY
Reumo
O materialismo necessita ser examinada a partir de múltiplas perspectivas para compreensão. No Brasil, são escassos estudos apresentando relação do materialismo e idade, indicando lacuna teórica a ser preenchida que contemplem consumidores adolescentes. Ressalta-se que adolescentes são vulneráveis e crescem em uma sociedade orientada ao consumo, tornando-se alvos para mercado, além de constituir um segmento que tem apresentado um aumento expressivo do consumo.
No intuito de compreender o materialismo para os jovens brasileiros, a pesquisa pretende responder: qual a representação social do materialismo entre consumidores adolescentes? O objetivo dessa pesquisa é analisar a representação social do materialismo entre consumidores adolescentes.
As definições mais adotadas relacionadas com o materialismo foram propostas por Belk (1985) e por Richins e Dawson (1992). Pesquisas sobre o materialismo e adolescência têm sido realizadas internacionalmente. Churchill e Moschis (1979) exploram os efeitos de variáveis sociais estruturais e os agentes de socialização sobre a motivação para o consumo e acreditam que idade do adolescente se relaciona positivamente com a força de seus valores materialistas.
Pesquisa qualitativa, trabalhada a teoria de representação social. No levantamento dos dados utilizada a técnica de evocação livre de palavras. Solicitados relacionar cinco primeiras palavras que vinham à mente quando apresentada expressão “materialismo”. Aplicada em Fortaleza, junho de 2017, com 116 adolescentes do sexo feminino e 124 do sexo masculino de escola pública. A pesquisa apresentou mais dois questionamentos: “Você se considera materialista?”, e uma escala sobre intensidade do quão materialista o respondente se considerava.
No total, 1.122 palavras foram levantadas e classificadas em 12 grupos. Os termos relacionados trazem um aspecto mais objetivo do que conceitual. Na categoria com maior relevância estão grupos Atitude/Comportamentos Negativos, Roupa/Calçados/Acessórios e Eletroeletrônicos/Aplicativos/Mídia. Adolescentes se intitularam pouco materialista citaram palavras nas categorias Apego/Posse e Consumo/Consumismo. Enquanto os materialistas estão mais tendenciados ao raciocínio em torno de consumo mais objetivo representados em Eletroeletrônicos/Aplicativos/Mídias e Alimentos/Comidas/Bebidas.
A pesquisa objetivou analisar a representação social do materialismo, tendo alcançado tal objetivo. Os resultados obtidos revelam uma compreensão do conceito de materialismo com elementos tal como apontado na literatura relacionando-o ao sentimento de apego e possessividade de bens, como também um entendimento consensual prático apontando diversos bens de consumo que simbolizariam o materialismo.
BELK, R. W. Materialism: trait aspects of living in the material world. Journal of Consumer Research, v. 12, n. 3, p.265-280, 1985.
CHAPLIN, L.; JOHN, D. R. Growing up in a Material World: Age Differences in Materialism in Children and Adolescents. Journal of Consumer Research, v. 34, n. 4, p.480-493, dez. 2007.
RICHINS, M. L.; DAWSON, S. A consumer values orientation for materialismo and its measurement: scale development and validation. Journal of Consumer Research, v. 19 n. 3, p.303-316, 1992.