Resumo

Título do Artigo

EQUITY CROWDFUNDING NO BRASIL: CARACTERÍSTICAS DESSA MODALIDADE DE INVESTIMENTOS, NOVOS ASPECTOS REGULATÓRIOS E O PERFIL DO INVESTIDOR
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Palavras Chave

Equity Crowdfunding
Startup
Plataformas Digitais

Área

Tecnologia da Informação

Tema

Inovações em TIC e Negócios Digitais

Autores

Nome
1 - Érica Souza Siqueira
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - EAESP
2 - Eduardo Henrique Diniz
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - IMQ

Reumo

As micro e pequenas empresas não conseguem financiamento facilmente, especialmente aquelas recém criadas, sem histórico de crédito, sem garantias a oferecer e com insuficiente fluxo de caixa para pagar dívidas. Um solução para esse gargalo são os chamados Crowdfunding de investimento, ou Equity Crowdfunding. Crowdfunding é o financiamento de um projeto por um grupo independente de indivíduos, realizado por meio da internet. Equity Crowdfunding é uma das modalidades de Crowdfunding, na qual o investidor pode receber como retorno uma participação acionária. (Schwienbacher & Larralde, 2012).
O artigo tem os seguintes objetivos: a) apresentar o conceito de Crowdfunding e, em especial, de Equity Crowdfunding; b) extrair da literatura os riscos desse modelo de investimento e c) traçar o perfil de investidores amadores, com base em dados secundários. A questão de pesquisa mais ampla, que embora não possa ser completamente respondida por essa pesquisa, mas que permite uma discussão e elaboração de hipóteses para estudos futuros, é a seguinte: qual ou quais intermediários o modelo de Equity Crowdfunding pode prescindir?
O Crowdfunding pode ser de doação, recompensa, débito (ou empréstimo) e de investimento (Belleflamme e Schwienbacher, 2014). Em qualquer uma das categorias, as campanhas de Crowdfunding podem ser modalidade “Tudo ou Nada” ou “Flexível”. Na modalidade de investimento (Equity) os riscos são potencializados pela grande assimetria de informação, que pode levar a falhas de mercado como: seleção adversa, risco moral e ação coletiva (Agrawal, Catalini e Goldfarb, 2014). A CVM (2016) reconhece riscos para o investidor relacionados ao prazo, liquidez e perda total do investimento.
Para analisar o perfil do investidor, e para construir uma taxonomia, foram utilizados dados secundários de uma pesquisa conduzida pela empresas Start Me Up em conjunto com a empresa Santo Caos. Os dados abrangem resultado de coleta online, realizada no período de outubro a dezembro de 2016. O dados contém respostas de 648 investidores amadores. Após a divisão da amostra em grupos, a técnica de análise correspondência, juntamente com teste qui-quadrado, foi utilizada para verificar quais características estão relacionadas a cada grupo
Após identificar que a forma como a pessoa se informa, renda, experiência com investimento e objetivo são variáveis associadas ao Perfil, os mapas perceptuais, usando como método de normalização componentes principais, foram montados para entender a dinâmica de aproximação entre as categorias das variáveis. Assim verificou-se que o perfil de investidores está relacionado a alta renda e objetivos de longo prazo. O perfil de não investidor está relacionado as rendas mais baixas, pouca experiência em investimentos e informação sobre investimentos baseada em notícias sobre economia.
Ao juntar o referencial teórico, a nova instrução da CVM, e o estudo do perfil dos investidores, este artigo discutiu que esse modelo de investimento expõe o investidor à grandes riscos: de prazo, de liquidez e de perda total dos valores investidos. A assimetria de informação entre o empreendedor e o investidor alavanca esses riscos e pode acabar em um mal funcionamento do mercado. Nesse sentido, o artigo discute que um intermediário, que reduza a assimetria de informação pode ser indispensável. Espera-se que a taxonomia possa ser útil para estudar efeitos de rede intra grupo e entre os grupos
Agrawal, A., Catalini, C., & Goldfarb, A. (2014). Some simple economics of crowdfunding. Innovation Policy and the Economy, 14(1), 63-97. Belleflamme, P., Lambert, T., & Schwienbacher, A. (2014). Crowdfunding: Tapping the right crowd. Journal of business venturing, 29(5), 585-609. Schwienbacher, A., & Larralde, B. (2012). Alternative types of entrepreneurial finance. In The Oxford Handbook of Entrepreneurial Finance. CVM. (2016). EDITAL DE AUDIÊNCIA PÚBLICA SDM Nº 06/2016