Resumo

Título do Artigo

Evolução do desempenho de empresas brasileiras de capital aberto a partir da propriedade intelectual
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Palavras Chave

Marcas e patentes
Finanças e economia
BM&FBOVESPA

Área

Gestão da Inovação

Tema

Gestão do Conhecimento, Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia

Autores

Nome
1 - MARINA BEZERRA DA SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - Mestrado em Ciência da Propriedade Intelectual
2 - JOSE RICARDO DE SANTANA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - Departamento de Economia

Reumo

A inovação é um dos recursos empresariais que mais vêm sendo estudados e pesquisados nos últimos anos, o que está relacionado à capacidade organizacional de apresentar e implementar mudanças ao longo do tempo. Diante disso, a proteção das inovações e criações desenvolvidas pelos indivíduos ou pelas organizações empresariais tem ganhado importância. Esse mecanismo é feito a partir do sistema de propriedade intelectual (PI). (SILVA; SILVA, 2014).
Esta pesquisa partiu da seguinte questão de pesquisa: houve evolução financeira de empresas de capital aberto a partir dos depósitos de marcas e de patentes no período entre 1995 e 2014? Como objetivo geral, buscou-se verificar a evolução de índices de desempenho econômico-financeiro de companhias de capital aberto da indústria de transformação brasileira com base nos depósitos de marcas e de patentes, entre os anos 1995 e 2014.
A propriedade intelectual visa proteger os direitos inerentes às criações humanas (NAM; BARNETT, 2011). Estudos têm buscado explicar a influência dos recursos intangíveis e da propriedade intelectual sobre o desempenho de empresas (MAZZIONI et al., 2014; SPRENGER et, al., 2017). Braga, Parente e Vasconcelos (2014) e Gallon, Reina e Ensslin (2010), por exemplo, analisaram a evolução do desempenho de empresas a partir da obtenção de recursos para inovação. Perez e Famá (2006), Teh, Kayo e Kimura (2008), por sua vez, buscaram compreender a relação entre propriedade intelectual e desempenho.
Estudaram-se 49 empresas brasileiras de capital aberto listadas na BM&FBOVESPA entre 1995 e 2014 e componentes das indústrias de alimentos e bebidas, química e têxtil. Utilizaram-se dados financeiros (ROA, ROE e valor de mercado) e de propriedade intelectual (depósitos acumulados de marcas e de patentes), coletados da Economática e do INPI, respectivamente. Para análise da evolução, observaram-se os intervalos de 1995-2004 e de 2005-2014, verificando-se evolução das médias e dos desvios-padrões dos índices.
Em geral, percebeu-se que os depósitos de propriedade intelectual têm impactado principalmente os grupos dos químicos e têxteis. Essa observação concentra-se principalmente na análise das empresas que realizaram tanto depósitos de marcas quanto de patentes, de modo simultâneo. Este fator está relacionado à melhoria do ROA, conforme sugerido por Gallon, Reina e Ensslin (2010), mas vai de encontro aos achados de Braga, Parente e Vasconcelos (2014). Não foi observado comportamento específico para as empresas que apresentaram alta ou baixa quantidade de depósitos de propriedade intelectual.
Os resultados obtidos são inconclusivos. A partir das empresas que realizaram tanto de depósitos de marcas quanto de patentes, verificou-se evolução positiva do ROA para indústrias química e têxtil, o que está relacionado à melhoria do desempenho financeiro a partir da propriedade intelectual. Como sugestão trabalhos futuros, sugere-se a análise de outros setores.
BRAGA, J. M. L.; PARENTE, P. H. N.; VASCONCELOS, A. C. O impacto das políticas de incentivo à inovação da FINEP no desempenho das companhias abertas do Brasil. In: SIMPÓSIO DE ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO, LOGÍSTICA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS, 17., 2014, São Paulo-SP. Anais eletrônicos... São Paulo-SP, 2014. GALLON, A. V.; REINA, D. R. M.; ENSSLIN, S. R. impacto da inovação no desempenho econômico-financeiro das MPEIS catarinenses beneficiadas pelo programa juro zero (FINEP). Revista de Contabilidade e Organizações – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto-SP, v. 4, n. 8, p. 112-138, 2010.