Resumo

Título do Artigo

ABORDAGEM METODOLÓGICA EM ESTUDOS DECOLONIAIS: POSSÍVEL DIÁLOGO ENTRE A ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO E AS EPISTEMOLOGIAS DO SUL
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Palavras Chave

Análise crítica do discurso
Decolonialiade epistêmica
Epistemologias do Sul.

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Métodos e Técnicas de Pesquisa

Autores

Nome
1 - Patricia Asunción Loaiza Calderón
UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROFESSOR JOSÉ DE SOUZA HERDY (UNIGRANRIO) - Duque de Caxias

Reumo

O compromisso desafiador de desenvolver pesquisas com viés decolonial significa romper com as formas metodológicas tradicionais da área de administração, principalmente de viés positivista-funcionalista. Este ensaio problematiza se a adoção da análise crítica do discurso (ACD) em estudos decoloniais seria uma alternativa em pesquisas no contexto Latino-Americano.Nas organizações, “os limites do anglocentrismo e seu colonialismo organizacional são evidenciados, demonstrando fracassos de muitas das receitas de moda de suposta validade universal” (IBARRA-COLADO, 2006, p. 142).
questionamos: como pesquisadores podem realizar pesquisas decoloniais face à preponderância de abordagens do Norte e, em termos metodológicos, se faz sentido utilizar a ACD nas pesquisas decoloniais, apesar da sua origem no Norte? Estes questionamentos são necessários porque estudos decoloniais precisam de práticas desobedientes, de desprendimentos e indisciplinas para adotarem abordagens metodológicas, compatíveis com as denominadas epistemologias do Sul.
Neste ensaio optamos pela proposta sociocognitiva de Dijk (2003, p. 144) para quem a ACD “é uma perspectiva crítica de produção do conhecimento [...] que não nega, mas assume e defende a sua posição social e política. Ou seja, a ACD é tendenciosa – e orgulhosa disso”. Por outro lado, Há um diálogo entre os postulados dos autores decoloniais: Quijano (1992), Dussel (2005) e Mignolo (2014) com as propostas de Santos (2010), uma vez que todos denunciam a colonialidade do poder e do saber ao mesmo tempo em que reconhecem que é possível a pluriversidade do saber ou a ecologia de saberes.
Não se aplica
Identificamos um movimento de hibridização no que diz respeito à adoção de metodologias outras para as pesquisas decoloniais. Assim, no embasamento das propostas teóricas decoloniais, em termos metodológicos, há uma adaptação das metodologias interpretativistas do Norte, como por exemplo, a ACD. Há uma série de técnicas de coleta de dados para compor o corpus da pesquisa como a entrevista, a pesquisa documental, desenhos, entre outros, utilizados pelas pesquisas de abordagem qualitativa e que certamente vão ao encontro da compreensão de fenômenos sociais.
Enfatizamos que é possível a adoção de abordagem metodológica hibrida descolonizada que integre de forma complementar metodologias dos paradigmas apresentados neste ensaio. Levamos também em consideração que esse leque de alternativas, na sua diversidade, já contesta o paradigma hegemônico – positivista-funcionalista - do Norte. As vozes do Sul não podem ser subalternizadas, nem apagadas, é preciso coragem para que pesquisadores adotem práticas desobedientes, e sejam capazes de desprendimentos e indisciplinas, no intuito de utilizar alternativas metodológicas emancipadoras.
ABDALLA, M; FARIA, M. Em defesa da opção decolonial em administração: rumo à uma concepção de agenda. In: V COLÓQUIO INTERNACIONAL DE EPISTEMOLOGIA E SOCIOLOGIA DA CIÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO, 5, 2015, Florianópolis. Anais... Florianópolis, Brasil, 2015 BORSANI, M; QUINTERO, P. (Comps.) Los desafios decoloniales de nuestros dias: pensar en colectivo. Neuquén: EDUCO. Universidad Nacional del Comahue, 2014 SANTOS, B. S.; MENESES, M. P. (Org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010