Resumo

Título do Artigo

Tomada de decisão gerencial e distribuição de recursos aos stakeholders: uma análise exploratória
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Palavras Chave

distribuição de valor
gestores
decisão

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Estratégia Corporativa e de Stakeholders

Autores

Nome
1 - Raissa de Azevedo Barbosa
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Pós-Graduação Administração
2 - Fernanda Rosalina da Silva Meireles
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - FEA

Reumo

Estudiosos da teoria de stakeholders sempre se preocuparam em desenvolver ferramentas que pudessem auxiliar os gestores em coordenar as demandas dos diferentes grupos de stakeholders. Entretanto, os críticos à teoria argumentam que, embora seja solicitado ao gestor que se preocupe em atender a diferentes grupos, não existem ferramentas adequadas para isso (Crane, Graham & Himick, 2015). As ações e decisões dos gestores, seus valores e a responsabilidade por ele atribuída aos diferentes grupos, deve ser investigados, havendo abertura para pesquisas sobre o tema (Cragg & Greenbaum, 2002).
O presente artigo busca preencher o gap identificado da falta de pesquisas empíricas que busquem entender a tomada de decisões dos gestores, em especial no cenário brasileiro e se norteia pelo seguinte problema de pesquisa: como os gestores distribuem recursos escassos entre diferentes grupos de stakeholders? Para responder ao problema de pesquisa, este artigo tem como objetivo identificar, empiricamente, de que forma os gestores tomam as decisões em relação à distribuição de recursos aos stakeholders.
O artigo tem sustentação na teoria dos stakeholders e aborda os principais aspectos da teoria levando à discussão sobre a gestão dos stakeholders. Sobre a gestão, aborda a corrente que defendem que o acionista deve ser priorizado e ter sua riqueza maximizada e a corrente que acredita que todos os grupos devem receber atenção. Em relação à atenção dada aos diferentes grupos, são discutidas as formas de priorização presentes na literatura. Na sequência, é discutida a questão do valor, o que o stakeholder considera valor e quais as formas utilizadas para sua distribuição.
Os dados foram coletados por meio do envio de questionários. Com a finalidade de comparar a distribuição de valor para os stakeholders em cenários com divisibilidade de recursos versus cenário com indivisibilidade de recursos, realizamos testes de comparação de médias, mais especificamente o teste de Mann-Whitney. Já para comparar a distribuição de recursos em relação aos diferentes grupos de saliência dos stakeholders, foi realizada o teste de Kruskal-Wallis, considerado uma alternativa à análise de variância quando os dados forem não paramétricos. Foi utilizado o software Stata®.
Os participantes deste estudo foram 160 estudantes de Pós-Graduação em Administração do Brasil, matriculados em cursos de mestrado acadêmico, mestrado profissional e doutorado. Observa-se que em todas as distribuições o stakeholder funcionário foi o que recebeu, em média, maior valor. Os dados mostraram, ainda, que em relação à divisibilidade dos recursos a distribuição aos diferentes stakeholders não sofre influência. Já em relação à saliência, nas situações nas quais um grupo específico era considerado saliente, a distribuição de recursos para esse grupo foi maior.
A pesquisa atinge os objetivos propostos e comprova, empiricamente, que existe uma preocupação em relação ao atendimento das demandas dos diferentes grupos de stakeholder. Os dados mostram, ainda, que, com o poder concentrado nas mãos do tomador de decisão individual, as deliberações serão baseadas em características pessoais, bem como, nas informações divulgadas. Podendo a decisão mudar caso algum dado seja revelado ou uma solicitação feita, aumentando a saliência do stakeholder. A pesquisa também contribuí na busca pela compreensão do processo de tomada de decisão na gestão de stakeholders.
Mitchell, R., Agle, B. & Wood, D. J. (1997). Toward a Theory of Stakeholder Identification and Salience: Defining the Principle of Who and What Really Counts. Academy of Management Review, 22(4), 853–886. Harrison, J. S., Bosse, D. A., & Phillips, R. A. (2010). Managing for stakeholders, stakeholder utility functions and competitive advantage. Strategic Management Journal, 31(1), 58-74. Reynolds, S, Schultz, F.C., & Hekman, D. R. (2006). Stakeholder theory and managerial decision-making: Constraints and implications of balancing stakeholder interests. Journal of Business Ethics, 64(3), 285-301