Resumo

Título do Artigo

O RACIOCÍNIO EFFECTUAL NA CRIAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS: UM ESTUDO DE CASO
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Palavras Chave

Empreendedorismo
Raciocínio causal
Raciocínio effectual

Área

Empreendedorismo

Tema

A figura do Empreendedor: Perfil, Personalidade, Comportamento e Competências

Autores

Nome
1 - Rafaela Aparecida Furin
LIBERTAS - FACULDADES INTEGRADAS (LIBERTAS) - São Sebastião do Paraíso
2 - Victória Barros Colombaroli
LIBERTAS - FACULDADES INTEGRADAS (LIBERTAS) - São Sebastião do Paraíso
3 - Stephanie Duarte Estéban
FEA-RP/USP - Programa de Pós-graduação em Administração de Organizações

Reumo

Na criação e no desenvolvimento dos negócios, o empreendedorismo tem uma importante função. O empreendedor durante o processo de criação de um novo negócio adota o raciocínio causal tradicional ou o raciocínio effectual. O raciocínio causal começa por um objetivo pré-determinado e de um conjunto de meios disponíveis para alcançar esse objetivo, já o effectual não começa com um objetivo específico e sim de vários meios que a partir dos quais irão surgindo objetivos diferentes. Este estudo ajuda o entendimento da teoria, ainda nova e necessitando de pesquisas empíricas que a comprove.
Problema de pesquisa: Como se dá a criação de um novo negócio em relação ao raciocínio effectual? Objetivo geral: Compreender a criação de novos negócios em relação ao raciocínio effectual. Objetivos específicos: I) analisar e comparar o raciocínio causal e effectual e II) entender a criação de um negócio a partir do raciocínio effectual em um estudo de caso.
Na criação de um negócio, o empreendedor adota o raciocínio causal ou o raciocínio effectual. O raciocínio causal começa por um objetivo pré-determinado e de um conjunto de meios, enquanto o raciocínio effectual não começa com um objetivo específico e sim de vários meios. As duas lógicas não são completamente excludentes. O fenômeno do empreendedorismo se dispõe, pelo raciocínio effectual, de três tipos de meios: quem ele é, o que ele sabe e quem ele conhece. O raciocínio effectual se resume em três princípios: perdas toleráveis, parcerias estratégicas e exploração de contingências.
Realizou-se uma pesquisa exploratória, de cunho qualitativo, feita por meio de um estudo de caso na empresa Via Mares Calçados e Confecções, na qual a coleta de dados primários se deu por meio de entrevista com roteiro semi-estruturado com o gestor da empresa pesquisada. Para garantir validade e confiabilidade da pesquisa, o entrevistado assinou protocolo ético e autorização para a divulgação dos dados, inclusive do nome da empresa. Os dados foram analisados de acordo com o conteúdo obtido através de livros, artigos científicos e outros, ou seja, foi aplicada a técnica de análise de conteúdo.
O caso analisado foi a criação da empresa Via Mares Calçados e Confecções, em 2002. Seguindo a lógica do raciocínio effectual, a análise buscou identificar os meios que o empreendedor dispunha antes da abertura da empresa, como foram suas aspirações e suas tomadas de decisões. Na entrevista, percebe-se que Tarsis não fez nenhum plano de negócios conforme o raciocínio causal, antes da abertura da empresa; o mesmo apenas fez os investimentos necessários. Também se identificou que a abertura se deu por um conjunto de meios disponíveis para empreender e não de um objetivo pré-determinado.
O estudo possibilitou a compreensão da criação de novos negócios em relação ao raciocínio effectual. Verificou-se que a empresa Via Mares iniciou o empreendimento a partir da identidade, dos conhecimentos e dos relacionamentos profissionais que o empreendedor possuía, ou seja, os meios. A análise do caso ofereceu uma visão da predominância do raciocínio effectual sobre o raciocínio causal nos estágios iniciais de um empreendimento. Destaca-se como limitação, a abertura do empreendimento. Este estudo deixa caminhos para futuras pesquisas em relação a outras etapas do processo empreendedor.
GONZÁLEZ, J. M. R; AÑEZ, M. E. M.; MACHADO, H. V. Raciocínio effectual e raciocínio causal na criação de novos negócios: um estudo de caso. Revista Ibero-Americana de Estratégia, RIAE, São Paulo, v.10, n.2, p. 140-158, mai./ago. 2011. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2016. SARASVATHY, S. D. What Makes Entrepreneurs Entrepreneurial? (2001) Recuperado em 14 de junho de 2010, de: http://ssrn.com/abstract=909038, 2001. SCHUMPETER, J. The theory of economic development. Harvard University Press, 1949.