Resumo

Título do Artigo

EDUCAÇÃO INCLUSIVA PARA UMA SOCIEDADE INCLUSIVA: APONTAMENTOS SOBRE O TEMA NA PERSPECTIVA DE EDUCADORES DA ÁREA
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Escola Inclusiva
Papel das Escolas
Socialização

Área

Administração Pública

Tema

Gestão Social e Organizações do Terceiro Setor

Autores

Nome
1 - Isabella Galdino Ballestero
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - ESALQ - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
2 - Heliani Berlato
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Esalq

Reumo

Desde a década de 90 discussões sobre a extinção da educação segregação e da adoção da educação inclusiva já tomavam corpo no Brasil. Estas permeiam questões pertinentes ao sucesso do modelo inclusivo, função da socialização entre os alunos deficientes e as outras crianças, da relação estabelecida entre a escola e a família e da capacitação dos professores. Tais discussões são centrais no âmbito da construção de uma sociedade igualitária, pois visam promover o desenvolvimento de todos os seus membros e erradicar comportamentos discriminatórios ou preconceituosos.
Procura-se responder a pergunta: Como os educadores enxergam as estratégias e comportamentos adotados pelos seus pares e pela escola no intuito de promover a inclusão das crianças com deficiência? Tem-se como objetivo geral: Compreender as práticas de inclusão para crianças deficientes a partir da perspectiva de educadores de uma escola municipal rural. Este desdobra-se nos seguintes objetivos específicos: (1) Levantar as principais mudanças ocorridas no processo educacional para adaptá-lo às crianças deficientes e (2) Levantar as implicações da extinção do sistema de educação segregado.
Recentemente, a lei que garante a educação inclusiva foi sancionada no Brasil. Desde então, espera-se que as escolas ofereçam acesso e oportunidades igualitárias de aprendizagem para todas as crianças. Neste sentido, o papel do professor é tido como um determinante crítico do sucesso (ou insucesso) da prática da educação inclusiva. A relação entre família e escola também é determinante deste processo, que visa não só o desenvolvimento de capacidades da crianças deficiente, mas também sua socialização inclusão efetiva e a compreensão das diferenças por parte dos demais.
A fim de aplicar a análise de discurso, foram entrevistadas oito pessoas que compõe o quadro de funcionários do município e que atuam na escola municipal rural tida como alvo do estudo. Aplicou-se em todos os membros da amostra um questionário com 13 perguntas. Estas tangem desde as percepções a respeito do processo educacional até fatores concernentes ao relacionamento entre escola/família e habilidade e capacitação dos professores.
Identificou-se cinco categorias a partir da análise do discurso dos oito profissionais entrevistados: a evolução do processo educacional e mudanças observadas; a viabilidade da inclusão em salas regulares; a convivência com as demais crianças; o relacionamento entre escola e pais e o preparo e capacitação dos professores. Estas categorias agregam informações concernentes a visão dos educadores estudados a respeito dos assuntos que abordam.
Enxerga-se que a escola caminha no sentido da adoção contínua de estratégias e comportamentos que viabilizam a inclusão. Ajustes precisam ser feitos (adequação da estrutura física, fornecimento de capacitação e o desenvolvimento de habilidades do corpo docente) mas acredita-se que por meio de algumas mudanças e da manutenção da atitude positiva da escola, dos professores e dos outros alunos frente à inclusão, eles ocorrerão. Cabe aos gestores próximos ao terceiro setor fomentar estas discussões, pois também é seu papel salvaguardar o direito a igualdade, possuído por todo cidadão.
BALLARD, K. Children and disability: Special or included. Waikato Journal of Education, v. 10, n. 1, 2004 GILL, R. Análise de Discurso. In: BAUER, M. W.; GASKELL, G. Pesquisa Qualitativa, com Texto, Imagem e Som: um manual prático. Editora Vozes, 2002. GLAT, R.; FERNANDES, E. M. Da educação segregada à educação inclusiva: uma breve reflexão sobre os paradigmas educacionais no contexto da educação especial brasileira. Revista Inclusão, v. 1, n. 1, p. 35-39, 2005.