Resumo

As características marcantes de um veículo não possuem fortes alterações há cerca de 100 anos, assim como os Modelos de Negócios (MN) das montadoras de automóveis. As recentes plataformas de serviço da mobilidade utilizam, em sua maioria, a economia compartilhada, gerando inovações disruptivas. A partir dessa perspectiva, avalia-se as modificações nos padrões dos MN de montadoras, avaliando as estratégias e inovações dos novos negócios dos principais grupos. Apresentando por meio desta análise, uma nova tendência no padrão dos MN, em decorrências dos novos serviços da mobilidade compartilhada.

O presente artigo traz o problema de pesquisa: como os modelos de negócios se estabelecem para contribuir com as estratégias futuras do mercado tradicional da indústria automotiva, frente as inovações disruptivas da economia compartilhada? O objetivo deste trabalho é analisar os novos modelos de negócios inseridos no conceito da economia compartilhada e os possíveis impactos no mercado tradicional de fabricantes de automóveis.

No contexto de Novos Modelos de Mobilidade Enoch (2015) aponta que as transformações ocorridas nos modelos de transportes são estimuladas por fatores de demanda e pelos avanços tecnológicos, estes possibilitaram o surgimento da Economia Compartilhada através da partilha de bens físicos pouco utilizados. A Inovações em Modelos de Negócios (MN) é estruturada por Osterwalder e Pigneur (2011) com a proposta do Canvas e seus nove componentes, passando pelas inovações em MN e definindo os MN de Carsharing, Ridesharing, Mobilidade Compartilhada e Montadoras.

Este estudo, de natureza qualitativa descritiva, aborda quatro aspectos que descrevem, registram, analisam e interpretam fenômenos atuais (Marconi e Lakatos, 1996). Diante disto, é realizado um levantamento sobre as bases conceituas de modelos de economia compartilhada, incluindo empresas de mobilidade, assim como os novos negócios das fabricantes de veículos e suas reações, ponderados por meio dos modelos de negócios. Os procedimentos empregados foram fundamentados em análise de pesquisas bibliográficas, artigos científicos, white papers, sites eletrônicos, e livros relacionados ao tema.

As análises realizadas descrevem as Novas soluções das Montadoras por meio da criação de novos negócios, para atender as propostas de valor e novos segmentos de clientes da mobilidade compartilhada, a partir desta análise é verificado os Impacto nos Modelos de Negócios (MN) da Indústria Tradicional de Automóveis que passam a adotar uma estratégia de gerenciamento de múltiplos MN, devido ao foco no relacionamento com o cliente. Como resultado um Framework teórico é proposto, abrangendo outros dois tipos de negócios, a inovação e gerenciamento de infraestrutura caracterizando um MN desagregado.

O modelo de negócio possibilita uma visão simples e objetiva das estratégias de sistemas organizacionais, diante disto é possível verificar a reorganização das grandes companhias automobilísticas frente as ações oriundas da economia compartilhada. Neste contexto, fica evidente o potencial que as empresas de tecnologias de mobilidade podem conquistar no mercado a partir de uma nova reestruturação do posicionamento das montadoras. Assim, as lideranças do mercado podem ser modificadas pelas empresas que dominam os modelos de negócios, agregando inovações e adequações às realidades emergentes

Osterwalder, A., & Pigneur, Y. (2011). Business model canvas. Self published. Last. OSTERWALDER, A.; PIGNEUR, Y. Business model generation. New Jersey: John Wiley & Sons, 2011. Botsman, R., & Rogers, R. (2010). What’s mine is yours. The rise of collaborative consumption. Lenz, B., & Fraedrich, E. (2016). New Mobility Concepts and Autonomous Driving: The Potential for Change. In Autonomous Driving (pp. 173-191). Springer Berlin Heidelber.