Resumo

Título do Artigo

RELAÇÃO DA ESTRUTURA DE CAPITAL E A DIVERSIDADE DE GÊNERO NO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
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Palavras Chave

Diversidade de Gênero
Estrutura de Capital
Conselho de Administração

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Capital e Valor

Autores

Nome
1 - Bruna dos Santos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - Programa de Pós-Graduação em Contabilidade - Mestrado e Doutorado
2 - Debora Cristine dos Santos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - Programa de Pós-Graduação em Contabilidade - Mestrado e Doutorado
3 - Matheus Torquato
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - SETOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
4 - Lucas da Silva Seara
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CONTABILIDADE
5 - Jorge Eduardo Scarpin
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - Ppgcont

Reumo

Ao longo da última década ocorreu um acréscimo significativo no número de mulheres pertencentes a equipes da alta administração. Nesse sentido, o comportamento em relação às decisões de investimento, risco e diferenças de gênero tem sido investigado pelo meio acadêmico (Barsky, Juster, Kimball, & Shapiro - 1997). O consenso nestes estudos é que as mulheres são mais avessas ao risco na tomada de decisões financeiras (Berger et al., 2014).
Dada a necessidade de um maior número de investigações sobre gênero e estrutura de capital, apresentamos o seguinte problema de pesquisa: qual a relação existente entre a diversidade de gênero no Conselho de Administração e a estrutura de capital? Nosso estudo tem como objetivo verificar a relação entre a diversidade de gênero no Conselho de Administração e as tomadas de decisões quanto aos tipos de empréstimos e financiamentos (curto e longo prazo) e as fontes de capital.
As pesquisas relacionadas à diversidade começaram a se concentrar na representação feminina nos Conselhos e em posições de alta gerência devido ao aumento de mulheres nesses cargos (Faccio et al., 2016). Faccio, Marchica, & Mura (2016), apontam que as empresas administradas por CEO`s mulheres tendem a fazer opções de financiamentos menos arriscados do que as de outras empresas similares dirigidas por CEO`s do sexo masculino. Marinova, Plantenga, & Remery (2015) mencionam que as mulheres são diferentes, especificamente são mais avessas ao risco e se concentram na perspectiva de longo prazo.
Em relação aos procedimentos adotados nesse estudo, realizaram-se pesquisas documentais e testes estatísticos de correlação e regressão mínimos quadrados ponderados. A amostra foi constituída por empresas listadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque (total de 1.177 empresas). Nas regressões, utilizaram-se seis variáveis de índices financeiros para mensurar a variável dependente de Estrutura de Capital. A variável independente foi mensurada pela proporção de mulheres no Conselho de Administração e variáveis de controle foram relacionadas com o tamanho da companhia e o número de membros.
Os resultados das regressões indicam que a diversidade de gênero no Conselho, particularmente a presença feminina, reduz o índice de endividamento, reforçando novamente, a aversão ao endividamento e risco financeiro. Em suma, o modelo com maior poder explicativo, calculado pelo coeficiente de determinação (R2) de 23,94%, foi o que utilizou o índice financeiro PC/PNC+PL, a qual a variável proporção de mulheres e tamanho do conselho, demonstrou significância ao nível de 5%.
Com base nas análises, a presença feminina no Conselho reduz o índice de endividamento, reforçando novamente, a aversão ao endividamento por parte das mulheres. Tais resultados acabam corroborando com os estudos anteriores de que as empresas administradas por CEO`s mulheres tendem a fazer opções de financiamento e investimento menos arriscados do que as de outras empresas similares dirigidas por CEO`s do sexo masculino.
Huang, J., & Kisgen, D. J. (2013a). Gender and corporate finance: Are male executives overconfident relative to female executives? Journal of Financial Economics, 108(3), 822–839. Matsa, D. A., & Miller, A. R. (2013). A female style in corporate leadership? Evidence from quotas. American Economic Journal, 5(3), 136–169. Procianoy, J. L., & Schnorrenberger, A. (2004). A influência da estrutura de controle nas decisões de estrutura de capital das companhias brasileiras. Revista Brasileira de Economia, 58(1), 121–146.