Resumo

Título do Artigo

A Institucionalização de Acreditação Internacional em Escolas de Gestão e Negócios Brasileiras: Fatores Determinantes, Perspectivas e Desafios
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Acreditação Internacional.
Escolas de Gestão e Negócios (EGN).
Institucionalização.

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Planejamento de Ensino (cursos, programas, disciplinas, aulas e avaliação)

Autores

Nome
1 - Mauricius Munhoz de Medeiros
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGAdm
2 - Redvânia Vieira Xavier
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis
3 - Norberto Hoppen
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - Escola de Gestão e Negócios
4 - Fernando Marcelo Gossler Wawginiak
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - São Leopoldo
5 - Aline Caye
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - UNIDADE ACADÊMICA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

Reumo

A acreditação internacional de uma instituição de ensino superior (IES) confere-lhe uma chancela de qualidade em educação reconhecida internacionalmente. Ela é obtida após um processo relativamente longo de evidenciação da qualidade dos processos de ensino e aprendizagem, e do impacto da sua pesquisa e ação profissional. Esse processo é orientado pela metodologia adotada pela agência acreditadora. Destaca-se que há poucas pesquisas empíricas a respeito do tema à luz da teoria institucional na literatura nacional e internacional.
O processo de acreditação internacional provoca, nas IES, uma mudança institucional para adaptação às regras da acreditadora. Neste contexto, as questões da presente pesquisa são: Como os fatores isomórficos institucionais influenciam na adoção da estratégia de acreditação? E quais os principais desafios e perspectivas da institucionalização da acreditação internacional na área de gestão e negócios para as IES brasileiras? A pesquisa tem como objetivo analisar os fatores determinantes, os desafios e as perspectivas da institucionalização da acreditação internacional, em EGN, no Brasil.
A teoria de base adotada é a institucional, pois o processo de adaptação às mudanças e inovações ocorridas no ambiente organizacional é reconhecido como institucionalização (NORTH, 1990). A institucionalização dessas mudanças, segundo Tolbert e Zucker (1999) ocorre em três etapas: habitualização, objetificação e sedimentação. Para DiMaggio (1991), as mudanças institucionais decorrem de pressões isomórficas institucionais (coercitivas; miméticas; e normativas). Conforme achados da pesquisa de Istileulova e Peljhan (2015), tais pressões foram identificadas no processo de acreditação em EGN.
Como estratégia de pesquisa, adotou-se o estudo de casos múltiplos, realizado em cinco EGN brasileiras que possuem acreditação internacional e/ou que estão em processo de implantação da acreditação internacional, todas associadas à AACSB. A coleta dos dados foi feita por intermédio de entrevistas estruturadas, guiadas por um roteiro com uma lista de perguntas, respondidas por 15 entrevistados, dentre gestores, coordenadores, analistas e professores envolvidos no processo de acreditação nas IES investigadas.
Evidenciou-se que as pressões isomórficas estão presentes nas razões que motivam a decisão de implementar o processo de acreditação; as pressões coercitivas e miméticas, com um maior número de observações, e as pressões normativas, com um menor número de observações. Identificou-se, também, os desafios de cada etapa do processo de institucionalização, além das perspectivas relacionadas à estratégia de acreditação internacional, destacando-se os aspectos convergentes nos casos analisados. Por fim, mapeou-se em quais etapas de institucionalização estão localizadas as EGN estudadas.
Constatou-se que a institucionalização da acreditação internacional transcorre nas etapas de habitualização, no momento de preparação da IES para requerer sua elegibilidade junto à acreditadora, de objetificação, durante a execução dos planos de ação para a implementação dos requisitos e adequações para consagrar-se acreditada e, após a acreditação, da etapa de sedimentação, para prosseguir com as melhorias contínuas que sustentam e renovam a acreditação. Em todas essas etapas foram destacados os desafios mais críticos na visão dos agentes envolvidos.
DIMAGGIO, Paul J. et al. (Ed.). The new institutionalism in organizational analysis. University of Chicago Press, 1991. ISTILEULOVA, Yelena; PELJHAN, Darja. Institutional Change as a Result of International Accreditation. Economic and Business Review for Central and South-Eastern Europe, v. 17, n. 3, p. 291, 2015. NORTH, Douglas C. Institutions, institutional change and economic performance. Cambridge university press, 1990. TOLBERT, P. S.; ZUCKER, L. G. The institutionalization of institutional theory. Studying Organization. Theory & Method. London, Thousand Oaks, New Delhi, p. 169-184, 1999.