Resumo

Título do Artigo

RELAÇÃO ENTRE NÍVEIS DE GOVERNANÇA CORPORTIVA E CRIAÇÃO DE VALOR PARA O ACIONISTA
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Palavras Chave

Governança corporativa
Desempenho econômico-financeiro
Criação de valor para os acionistas.

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Marcio Augusto Miguel Cunha
FEA-RP/USP - Ribeirão Preto

Reumo

O presente estudo analisou a influência do nível de governança corporativa em relação ao desempenho econômico-financeiro das empresas listadas na BM&FBOVESPA durante os anos 2010 a 2014. Para isso, foi utilizado o método de regressão estatística MMG-Sis para relacionar a variável independente IGC, desenvolvida por Silva e Leal (2005), com as variáveis dependentes Q-tobin, desenvolvido por Tobin (1958), e Taxa de lucro econômico, adaptação ao EVA®. Os resultados da pesquisa e o método adotado servem como referencial para outras pesquisas que visam investigar as influências da governança corpora
O problema consiste em comprovar a influencia da governança corporativa no desempenho econômico e financeiro das companhias. O objetivo geral foi comprovar a influencia da governança corporativa no desempenho. Os objetivos específicos foram: investigar a evolução do nível da governança corporativa aplicada pelas empresas que compõem a amostra ao longo do período estudado; analisar a influência do desempenho passado das companhias em relação ao nível de governança adotado; identificar o nível de governança corporativa das empresas da amostra, apontando quais mecanismos foram adotados.
Governança corporativa é um conjunto de mecanismos que visa alinhar interesses entre as diferentes partes envolvidas que compõem a empresa. Os interesses muita vezes são conflitantes e pode ocorrer entre o agente e o principal. O agente pode ser tanto funcionários da empresa, como investidor minoritário, sendo que o principal é representado pelo acionista controlador, que detém o poder sobre a companhia. Os mecanismos de governança corporativa visa alcançar os princípios de transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa (IBGC, 2009).
A pesquisa descritiva com os dados em painel, teve como população alvo as empresas listadas na BM&FBOVESPA entre os anos 2010 e 2014,. Foi utilizado o índice de governança IGC desenvolvido por Silva e Leal (2005) para medir a governança. O desempenho econômico-financeiro das empresas foi medido através das variáveis Q-tobin e taxa de lucro econômico. Os dados foram coletados de fontes secundárias. O modelo utilizou ferramentas que diminuem os problemas de endogeneidade e causalidade reversa, que são: inserir variáveis de controle e utilizar o método de regressão MMG-Sis.
Os resultados obtidos comprovaram o esperado pela literatura, pois o índice de governança corporativa influenciou positivamente o desempenho da empresa. Para a variável taxa de lucro econômico (TLE) o resultado apresentou significância estatística no nível de 5%, o que torna confiável a alegação. Já para a variável Q-tobin, apesar de também apresentar relação positiva com a governança, a análise estatística não se mostrou robusta a ponto de poder exercer alguma afirmativa sobre o resultado.
Pode-se concluir com este estudo que a governança corporativa exerce influência no desempenho da empresa, ainda que sutil. A constatação positiva vai ao encontro de outras pesquisas, como Silveira, Barros e Famá (2006); Silva e Leal (2005); Silveira et al. (2009); Catapan e Colauto (2014). Nesse estudo também foram utilizados métodos estatísticos que vão ao encontro das especificações de Arellano e Bond (1991); Blundell e Bond (1998). Börsch-supan e Köke (2002); Wintoki et al. (2009); Barros et al. (2010); em que é empregado maior rigor estatístico no modelo.
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