Resumo

Título do Artigo

A Competitividade e os Desafios dos Negócios Sociais: Um Estudo de Casos do Brasil e de Bangladesh
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Palavras Chave

Negócios Sociais
Desafios
Competitividade

Área

Empreendedorismo

Tema

Empreendedorismo Social

Autores

Nome
1 - Laís Naoko Higashi
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - São Paulo
2 - Graziella Maria Comini
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração
3 - Edison Quirino D'Amario
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - SÃO PAULO

Reumo

Até o final de 2017, pesquisas das Nações Unidas estimam que o Brasil deverá testemunhar um aumento de 2,5 milhões até 3,6 milhões de pessoas vivendo na miséria. Nesse sentido, os Negócios Sociais têm o objetivo de mitigar falhas de mercado ou de atuação dos Governos para solucionar problemas sociais. O ecossistema de negócios que objetivam o impacto social vem crescendo, e junto com esse desenvolvimento também cresce o ecossistema em que essas organizações se encontram, além de inúmeros desafios e oportunidades (WILSON; POST, 2013).
A emergência em se entender os negócios sociais e como eles enfrentam a competitividade foi o objetivo geral deste estudo. Para tanto, optou-se por estudar características de competitividade em alguns negócios sociais do Brasil e de Bangladesh. A importância deste estudo provém do fato de que, apesar da rápida expansão dos negócios sociais, há ainda poucos estudos sobre o tema. Existe a necessidade de entender as características atuais deste novo conceito e gerar informações para que mais conclusões e sugestões possam colaborar para o processo de enriquecimento deste ecossistema.
Diversas teorias vêm sendo formadas e discutidas sobre esses novos empreendimentos que visam o impacto social. De acordo com Comini (2012), diferentes termos têm sido utilizados para caracterizar essas iniciativas. A utilização de conceitos como empresas sociais (social enterprise), negócios inclusivos (inclusive business) e negócios sociais (social business) para definir uma iniciativa social tem suscitado intensos debates, tanto entre acadêmicos quanto entre empreendedores.
Este trabalho possui um plano de pesquisa qualitativo e caracteriza-se como sendo um estudo exploratório. De acordo com Selltiz (1974), é exploratório, pois tem como objetivo predominante de pesquisa familiarizar-se com o fenômeno ou conseguir nova compreensão deste, frequentemente para poder formular um problema mais preciso de pesquisa ou criar novas hipóteses. Para realizar as análises dos resultados, utilizou-se a Matriz de Importância- Desempenho (SLACK; CHAMBERS, 2009) que tem como objetivo analisar o desempenho do negócio em relação aos concorrentes.
A pesquisa de campo foi realizada com a intenção de explorar como a competitividade é refletida na prática dentro dos negócios sociais, para depois serem verificadas quais as oportunidades e desafios no meio competitivo para esse tipo de negócio. Com este objetivo, foram considerados alguns critérios de análise para a condução das entrevistas: 1- Identificação dos principais concorrentes; 2- Tipo de relacionamento com os concorrentes; 3- Sustentabilidade financeira; 4- Atração de talentos.
A partir da análise da pesquisa de campo, foi possível verificar diversas oportunidades e desafios que os negócios sociais têm pela frente. Por um lado, a forte concorrência com empresas tradicionais exige uma postura agressiva dos negócios sociais, pois como estes não podem comprometer a qualidade, devem ter uma política de negócios mais agressiva para sobreviver no mercado. Outro desafio é que, como os negócios sociais visam o impacto social, muitos acabam explorando públicos ou demandas que antes não eram atendidas, pois não se via em tal atividade a geração de valor econômico.
COMINI, G. Negócios sociais: um panorama do debate conceitual in: Ashoka, Mapa de Soluções Inovadoras, 2012. COMINI, G; TEODÓSIO, A. Inclusive business and poverty: prospects in the Brazilian context. RAUSP, v. 47, n. 3, p. 410 – 421, julho-setembro, 2012. EISENHARDT, K; BROWN, S. Patching: Restitching Business Portfolios in Dynamic Markets. Harvard Business Review, maio - junho, 1999. KANTER, R. Enriching the ecosystem. Harvard Business Review, 2012.