Resumo

Título do Artigo

A FACE CRÍTICA DA TEORIA INSTITUCIONAL
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Teoria Institucional
Teoria Crítica
Mudança

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Abordagens e Teorias organizacionais Contemporâneas

Autores

Nome
1 - LUIZ GUSTAVO ALVES DE LARA
UNIVERSIDADE POSITIVO (UP) - Curitiba
2 - Josiane da Silva Oliveira Santiago
-

Reumo

Teóricos críticos e institucionalistas possuem algumas raízes teóricas em comum, e constituindo correntes contra-hegemônicas em relação ao funcionalismo em EORS, conquistaram seus respectivos espaços no campo. Entretanto, em vários momentos nota-se debates discordantes entre essas correntes. De um lado os críticos são acusados de fazer militância, mas não ciência. De outro os institucionalistas são taxados de negligentes. Este distanciamento fez com que a crítica tivesse uma identidade vinculada às teorias assim nominadas, repelindo reflexões sobre dimensões da crítica na teoria institucional.
Questão central que conduziu o ensaio: existem dimensões críticas na Teoria Institucional que podem reduzir a distância em relação às abordagens críticas? Este ensaio tem por objetivo desconstruir a ideia de que a crítica pertence apenas às teorias assim nominadas e revelar dimensões críticas na teoria institucional.
O ensaio apresenta uma narrativa da (i) trajetória da teoria institucional para evidenciação do movimento autocrítico e recursivo, (ii) pontos de contato entre teorias críticas e teoria institucional sociológica; são apresentadas (iii) dimensões da crítica, buscando evidenciar que não se trata de uma propriedade de uma ou outra abordagem teórica, mas uma postura científica compartilhada entre muitas teorias que não são nominadas críticas; e por fim promovemos um embate de argumentações de teóricos que questionam: (iv) é possível a teoria institucional ser crítica?
Este ensaio toma a dialética negativa enquanto método. Consiste em negar a identidade reificada da crítica para libertar dimensões não conflitantes entre teoria institucional e abordagens críticas. Consideramos que um ensaio teórico é o instrumento de autonomia reflexiva ao autor para suspender verdades e conduzir o leitor, negociando significações, através de questionamentos ou proposições que levem a reflexões mais aprofundadas sobre o objeto.
Existem alguns pontos de contato em relação aos objetos de interesse, e algum grau de convergência entre as abordagens críticas e a teoria institucional. Ambas correntes parecem utilizar a crítica interna como motor de refinamento de seus constructos. Além do posicionamento crítico externo em relação ao funcionalismo em EORs, a trajetória histórica do institucionalismo sociológico revela sua capacidade de crítica interna, notável por exemplo, na transição entre o interesse pela homogeneidade para a mudança institucional na busca por refinamento teórico para apreensão da complexidade do objeto.
O poder parece ser a categoria mais promissora na promoção de diálogo entre teorias críticas e teoria institucional. Observando o fenômeno sob prismas complementares, há possibilidade de estudar os processos assimétricos de poder e a capacidade de ação de alguns atores bem como suas consequências na ordem societal. O discurso recebe atenção em ambas correntes, embora para as teorias críticas o intento é revelar os interesses nele dissimulados, enquanto que para teoria institucional o foco é compreender como este mesmo discurso molda a ordem social.
DIMAGGIO, P. J. Interest and agency in institutional theory. In L.G. Zucker (ed.), Institutional Patterns and Organizations: Culture and Environment: 3-22. Cambridge, Mass.: Ballinger, 1988. LAWRENCE, T. B. Power, institutions and organizations. In R. Greenwood, C. Oliver, K. Sahlin, & R. Suddaby (Eds.), The SAGE handbook of organizational institutionalism (p. 170-197). London, England: Sage, 2008. 10 WILLMOTT, Hugh. Why Institutional Theory Cannot Be Critical. Journal of Management Inquiry. Vol 24, Issue 1, 2014, pp. 105 – 111.