Resumo

Título do Artigo

AS CARACTERÍSTICAS DO SETOR NAVAL DO AMAZONAS ENQUANTO CLUSTER
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Palavras Chave

cluster
pólo naval
Manaus Amazonas

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Cluster e Redes de Negócios

Autores

Nome
1 - André Ricardo Reis Costa
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo
2 - NEUZAÍ MARREIROS BARBOSA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
3 - Adriano da Silva Guimarães
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS (UFAM) - Faculdades de Estudos Sociais - FES
5 - Moacir Miranda de Oliveira Junior
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - FEA

Reumo

Diante da necessidade de preservar o maior bioma do mundo e da incerteza dos modelos de desenvolvimento aplicáveis à Amazônia Ocidental, o setor naval do Amazonas pode marcar proposta de desenvolvimento social e econômico adequado à região. Pois os habitantes da Amazônia usam as embarcações fluviais como praticamente único meio de transporte. Por isso a atividade histórica de construir embarcações sublinhou aos estaleiros da região qualidade reconhecida, com potencial de atender mercados consumidores externos à região amazônica.
Portanto, identifica-se a seguinte questão de pesquisa: Até que ponto o setor naval de Manaus expressa as características de cluster. Objetivamente, pretende-se analisar as potencialidades do setor naval de Manaus enquanto cluster. Especificamente, há que estimar o nível de especialização da economia de Manaus nas atividades navais, avaliar a conformidade do setor naval de Manaus aos requisitos de cluster conforme a proposta de Porter (1998) e propor ações governamentais para fortalecimento do setor naval de Manaus por meio dos requisitos de cluster conforme Porter (2007)
No início, Porter (1990) enunciou a vantagem competitiva como a causa de desenvolvimento das nações. Depois, Porter (1998) demonstrou que as nações desenvolvidas expressavam os quatro fatores da vantagem competitiva em várias regiões em atividades especializadas. E, Porter (2007) propôs requisitos para que os governos auxiliem a competitividade dos clusters. Diversos trabalhos combinam as contribuições de Porter (1998, 2007) a outras teorias e métodos para identificar a ocorrência de clusters. Para o presente trabalho as contribuições de Porter (1998, 2007) são referência suficiente.
Trabalho de tipo qualitativo e quantitativo. A etapa quantitativa consiste em calcular o coeficiente de localização (QL) do setor naval amazonense, e a etapa qualitativa consiste na análise em profundidade de entrevistas com os agentes relevantes do setor. Usando 14 subclasses do CNAE relacionadas às atividades navais, arrolaram-se os dados de empregos navais a partir do banco de dados do RAIS, e calculou-se o QL de 2011 a 2015, comparando as UF's. A partir da análise de documentos e entrevistas foi possível descrever o setor pela conformidade aos requisitos de cluster de Porter (1998).
O Amazonas encerrou o período de 2011 a 2015 como o estado brasileiro mais especialista no setor naval, conforme o QL. Entre os critérios de Porter (1998) para identificar um cluster, os mais fortemente atendidos foram o surgimento por características históricas ou demandas locais extraordinárias e a não conformidade às classificações tradicionais pelo relacionamento com diversos setores. O cumprimento parcial da presença de centros de inovação e proximidade a fornecedores, e o não cumprimento da cooperação vertical e disponibilidade de informações expressam o potencial do setor.
O setor naval do Amazonas expressa parcialmente as características de cluster segundo Porter (1998). Entre os critérios atendidos há a origem histórica e a não conformidade a classificações tradicionais Se as autoridades governamentais e organizações empresariais articularem soluções aos critérios não atendidos, como a promoção do pólo naval incluindo todas as organizações relacionadas, relacionamento dos centros de inovação e maior cooperação vertical, as empresas centrais da região inscreverão maior capacidade de competir globalmente em qualidade e escala.
PORTER, Michael E. Clusters and the new economics of competition. Boston: Harvard Business Review, 1998. PORTER, Michael. Clusters and economic policy: Aligning public policy with the new economics of competition. Cambridge: Harvard Business School, v. 2, 2007. PORTER, Michael. The economic performance of regions. Regional studies, v. 37, n. 6-7, p. 549-578, 2003. DUBOIS, Frank L.; PRIMO, Marcos Andre Mendes. State capitalism and clusters: the case of Brazilian shipbuilding. International Journal of Emerging Markets, v. 11, n. 2, p. 214-231, 2016.