Resumo

Título do Artigo

Estudo sobre a alavancagem nas companhias de capital aberto em períodos de recessão e expansão no Brasil
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Palavras Chave

Estrutura de Capitais
Alavancagem
Períodos de recessão e expansão

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Capital e Valor

Autores

Nome
1 - Samuel de Paiva Naves Mamede
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Higienópolis
2 - Wilson Toshiro Nakamura
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas - PPGA
3 - Manuel Rocha Armada
Universidade do Minho - Escola de Economia e Gestão

Reumo

A recente literatura de finanças tem-se preocupado com os efeitos dos períodos de recessão e expansão (ciclos econômicos) na integração financeira dos mercados, no crescimento econômico das empresas e na diversificação das carteiras de investimentos (NEAIME, 2016). Uma estrutura de padrões de expansão e recessão tem um efeito pronunciado sobre políticas de financiamento otimizado (DOUKAS; GUO; ZHOU, 2010). O uso da dívida, por exemplo, aumenta quando as recessões se tornam mais brandas e menos voláteis devido a uma redução nos custos esperados de inadimplência (GORTON, 2009).
Considera-se oportuno explorar a existência dos períodos de recessão e expansão e a influência da alavancagem na estrutura de capitais das companhias de capital aberto no Brasil, sendo que a questão que norteou a realização desta pesquisa foi a seguinte: qual a influência da alavancagem na estrutura de capitais em companhias de capital aberto em períodos de recessão e expansão? Considerando este contexto apresentado, o presente estudo tem por objetivo analisar a influência da alavancagem na estrutura de capitais em companhias de capital aberto nos períodos de recessão e expansão no Brasil.
O financiamento, na administração financeira, é chamado de alavancagem pelo fato de que este dispositivo potencializa os retornos financeiros. Mas a alavancagem também aumenta o risco, o que naturalmente motiva os credores a limitar seu uso. Pelo fato do tempo ser um risco variável, é natural que os limites de alavancagem se adaptem, tornando-os dinâmicos (AYMANNS et al., 2016). De forma geral, as empresas partem do pressuposto que têm um alvo de alavancagem financeira para estimular o crescimento, considerando o ciclo econômico pelo qual está inserida, seja de recessão ou expansão.
Foram utilizadas as empresas que compõem o índice IBRX100, perfazendo um total de 96 empresas com dados utilizáveis e observáveis. A coleta de dados das empresas que fazem parte da amostra foi constituída por duas fontes: consulta à base de dados Economática e consulta ao banco de dados do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos. Os principais procedimentos de análise quantitativa foram: teste de Shapiro-Wilk; procedimento winsorize; análise da ausência de multicolinearidade; correções de heterocedasticidade; dados em painel (pooled, fixos e aleatórios) e os testes Hausman, Chow e BreuschPagan.
Os principais resultados mostraram que: (i) as empresas predominantemente tangíveis tendem a ser mais endividadas, pois possuem menor custo de agência, na medida em que diante de eventuais dificuldades financeiras, o valor da empresa está menos sujeita a sofrer quedas significativas; (ii) as organizações de maior tamanho tendem a ter menor risco econômico, o que lhes permite trabalhar com maior risco financeiro, proveniente de um excedente de endividamento e alavancagem; e (iii) não foram constatadas, estatisticamente, as possíveis diferenças na variação e influência da alavancagem nos ciclos.
As empresas tendem a contrair mais dívidas e posicionarem de forma alavancada durante a turbulência financeira, dada a possível ausência de recursos internos. Os efeitos exatos da crise sobre a estrutura de capital das empresas permanecem parcialmente desconhecidos, especialmente em países que estão em desenvolvimento. A alavacangem, exposta em períodos de recessão e expansão não foi constatada estatisticamente. Logo, não se pode fazer qualquer tipo de inferência ou apresentação de indícios de que estes períodos influenciam diretamente a tomada de decisão dos gestores financeiros.
AYMANNS, C.; CACCIOLI, F. J.; FARMER, D. VINCENT; TAN W.C. Taming the Basel leverage cycle, Journal of Financial Stability, Volume 27, Pages 263-277, 2016. DOUKAS, J. A., GUO, M., ZHOU, B. Got Debt Markets and Capital Structure. European Financial Management, Vol. 17 (1), pp. 1-54, 2011. KAYHAN, A.; TITMAN, S. Firms’ Histories and Their Capital Structures. Journal of Financial Economics, v. 83, n. 1, p. 1–32, 2007. TITMAN, S.; WESSELS, R. The Determinants of Capital Structure Choice. Journal of Finance, v. 43, n. 1, p. 1–19, 1988.