Resumo

Título do Artigo

AVALIAÇÃO POR MÚLTIPLOS E COMPARABILIDADE CONTÁBIL: uma análise durante o Processo de Convergência às Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS)
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Palavras Chave

Avaliação Relativa
Comparabilidade
IFRS

Área

Finanças

Tema

Contabilidade

Autores

Nome
1 - Augusto Cezar da Cunha e Silva FIlho
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - PPGCC
2 - Kléber Formiga Miranda
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - PPGCC / CCSA
3 - Orleans Silva Martins
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - PPGCC/UFPB

Reumo

Há certa negligência por parte dos pesquisadores ao investigar o impacto da comparabilidade contábil na avaliação por múltiplos, tendo em vista a preocupação de alguns em mostram que as diferenças nas práticas de contabilidade são uma fonte material de variação dos múltiplos de valor (Land & Lang, 2002; Zarowin, 1990; Beaver & Morse, 1978). Existem evidências significativas de que o desempenho no valuation por múltiplos aumenta com o maior nível de comparabilidade contábil (Young & Zeng, 2015).
Qual é o impacto da comparabilidade contábil sobre o processo de avaliação de empresas por múltiplos, tendo em vista o processo de convergência às normas internacionais pelas empresas brasileiras? Diante do exposto, o presente estudo teve por objetivo identificar se a comparabilidade contábil utilizada para a seleção de firmas comparáveis no processo de avaliação de empresas por múltiplos resulta em melhoria da performance.
O método de avaliação relativa determina o valor de uma entidade de forma bastante simples (sua principal vantagem), pois basta multiplicar um driver de valor pelo seu corresponde múltiplo gerado a partir de um conjunto de empresas semelhantes. O processo de avaliação relativa, embora seja operacionalmente mais simples, considera os fatores centrais de incerteza contidos em qualquer outra metodologia de avaliação: risco, crescimento e potencial de geração de caixa (Damodaran, 2011).
O modelo de avaliação de empresas por múltiplos foi feito em quatro etapas: 1) Selecionar os drivers de valor ou direcionadores de valor; 2) Identificar um grupo de empresas comparáveis; 3) Agregar os drivers de valor de todas as empresas comparáveis em um múltiplo sintético; e 4) Estimar o valor da empresa-alvo através da multiplicação do múltiplo sintético pelo direcionador da empresa-alvo. Por fim, subtraiu o preço real do valor previsto pelo modelo de avaliação relativa.
Os setores analisados apresentaram resultados preponderantemente associados para a característica de crescimento e risco quando a análise é feita para os múltiplos P/PL e P/EBIT e geração de fluxo de caixa para o múltiplo P/RL. Portanto, a característica da Comparabilidade Contábil (CC) não se mostrou mais eficiente do que as demais. Ressalta-se ainda que, em média, os erros de avaliação através dos múltiplos aumentaram após o período da adoção das normas internacionais de contabilidade (IFRS).
Os resultados não convergiram à expectativa de melhoria no processo de valuation quando da seleção dos pares através da comparabilidade contábil, em especial no período “Pós” IFRS. Tal achado pode ser justificado pela instabilidade do mercado de capitais brasileiro, em virtude da crise econômico-política que se instalou no país principalmente após o ano de 2014 e, até mesmo, pelos ajustes contábeis nos períodos “Pós” IFRS.
Damodaran, A. (2011). Investment Valuation. New York: John Willey & Sons. DeFranco, G., Kothari, S. P., & Verdi, R. S. (2011). The benefits of Financial Statement Comparability. Journal of Accounting Research, 49 (4), 895-931. Lie, E., & Lie, H. (2002). Multiples Used to Estimate Corporate Value. Financial Analyst Journal, 58 (2), 44-54. Young, S., & Zeng, Y. Accounting Comparability and the Accuracy of Peer-Based Valuation Models. The Accounting Review, 90 (6), 2571-2601.