2 - Tamiris Capellaro Ferreira Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Ribeirão Preto
3 - Marcelo Silveira Borges de Oliveira Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - RIbeirão Preto
4 - Nayele Macini FEA-RP/USP - PPGAO
5 - Adriana Cristina Ferreira Caldana FEA-RP/USP - Departamento de Administração
Reumo
A FEA-RP/USP oferece 4 cursos de graduação e seus alunos se organizam em 9 entidades estudantis. A formação para muitos não significa apenas conseguir um diploma universitário, mas também a satisfação pessoal, a capacidade de resolver problemas sociais locais, a responsabilidade com a comunidade, a preocupação ambiental e o desenvolvimento sustentável. Este trabalho demonstra evidência sobre a transdisciplinaridade segundo a conceituação de currículo oculto.
O problema da pesquisa é descobrir quais as demandas informais e implícitas de aprendizagem de estudantes, não presentes no programa educacional durante a graduação em cursos de administração, contabilidade e economia, que podem ser supridas pela participação em uma organização estudantil e que pode ser entendido como currículo oculto. O objetivo deste trabalho é evidenciar o currículo oculto, construído por meio da participação dos estudantes de graduação nas entidades presentes na FEA-RP/USP.
Currículo oculto nas visões de Portelli (1993) e Blasco (2012). A capacidade do aluno em satisfazer necessidades pessoais e sociais segundo Bergenhenegouwen (1987), construir a cultura do desenvolvimento sustentável de J. Elkington, da UNESCO (2005) e o alinhamento com a Agenda 2030 do PNUD. A aprendizagem afetiva de valores, atitudes e comportamento por Shephard (2008), pela prática de Wenger (1998) e em redes segundo Balestrin e Verschoore (2009).
A pesquisa é de natureza exploratória, qualitativa, por análise de conteúdo, categorizadas a priori em 6 questões abertas e subcategorizada a posteriori pela frequência de palavras. Um questionário semiaberto, tipo survey, auto-administrado pela internet retornou a resposta de 106 estudantes. As questões abertas tratavam das expectativas em participar de uma entidade estudantil, motivações de participar de uma entidade, a criação de conteúdos, ética e sustentabilidade.
Multiplicidade de expectativas, com destaque para o aprendizado, convivência e relacionamento com pessoas nas experiências que superaram as expectativas. A combinação de motivações (pessoal, profissional e social) é absoluta. Os estudantes afirmam ocorrer a criação e desenvolvimento de conteúdos educacionais nas entidades. A conjugação do impacto social das atividades, a ética, a sustentabilidade e a responsabilidade são práticas prevalentes.
O currículo formal de um curso universitário é insuficiente para a formação integral, plena e dinâmica dos estudantes. Existem demandas que são informais que levam os alunos a participarem de entidades estudantis, aprender é o principal deles, acompanhado da intenção de desenvolver habilidades pessoais e profissionais, aplicação prática do conhecimento, preparação para o futuro profissional. As entidades estudantis são um campo de reflexão e prática da ética, sustentabilidade e responsabilidade.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977. BERGENHENEGOUWEN, G. Hidden curriculum in the university. Higher Education, 1987. BLASCO, M. Aligning the Hidden Curriculum of Management Education With PRME: An Inquiry- Based Framework. Journal of Management Education. 2012. PORTELLI, J. P. Exposing the hidden curriculum. Journal of Curriculum Studies, 1993. WENGER, E. Communities of Practice: Learning, Meaning, and Identity, Cambridge University Press, Cambridge, 1998.