Resumo

Título do Artigo

ANTECEDENTES DO CONFLITO TRABALHO-FAMÍLIA: DIFERENÇAS ENTRE A PERCEPÇÃO DE HOMENS E MULHERES NAS MELHORES EMPRESAS PARA VOCÊ TRABALHAR
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Palavras Chave

antecedentes
conflito trabalho-família
mulheres

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Significado do Trabalho, Satisfação e Mecanismos de Recompensa

Autores

Nome
1 - Érica Custódia de Oliveira
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Departamento de Administração - PPGA
2 - Angela Christina Lucas
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL INACIANA PE SABÓIA DE MEDEIROS (FEI) - São Bernardo do Campo
3 - Tania Casado
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração

Reumo

Há necessidade de promover um ambiente de trabalho mais responsivo culturalmente às necessidades das famílias, embora o modelo de trabalhador buscado pelas empresas ainda é aquele que separa as vidas profissional e privada, e prioriza as responsabilidades no trabalho. Pergunta-se, nesse cenário, quais seriam as variáveis do ambiente organizacional que impactam o conflito trabalho-família na percepção das mulheres; e se essa percepção seria diferente para os homens nas mesmas condições.
O problema de pesquisa ao qual este artigo pretende responder é “Há diferenças entre a percepção de homens e mulheres sobre antecedentes relacionados ao conflito trabalho-família de acordo com variáveis demográficas relativas aos trabalhadores?”. O objetivo geral é, portanto, analisar se há diferenças entre a percepção de homens e mulheres sobre antecedentes relacionados ao conflito trabalho-família de acordo com variáveis demográficas relativas aos trabalhadores.
O referencial teórico aborda o conflito trabalho-família (CTF) e diferenças de gênero, com ênfase nos antecedentes desse conflito (tais como envolvimento no trabalho e suporte social no trabalho), incluindo práticas organizacionais para sua gestão (por exemplo, horário flexível, benefícios para cuidar de dependentes e licenças maternidade e paternidade). Destacam-se, como mais eficazes, as práticas informais, como o suporte do gestor, e uma cultura que valorize a vida pessoal dos trabalhadores.
Realizou-se uma pesquisa quantitativa exploratória e descritiva, com uso de dados secundários das “Melhores Empresas para Você Trabalhar” (MEPT) de 2015. Apurou-se a frequência das práticas de gestão do CTF e, especificamente sobre a percepção declarada dos trabalhadores, foi utilizada análise fatorial. Para os quatro fatores resultantes, os escores fatoriais foram comparados entre grupos, com as diferenças entre as médias submetidas ao teste t e à ANOVA two-way.
Sobre as práticas estudadas, destaca-se a frequência das diretamente voltadas a estimular equilíbrio entre vida profissional e pessoal – instalações e programas para o lazer (89% das empresas) ou cursos e eventos (84%). Foram comparadas as percepções de homens e mulheres, com e sem filhos, em cargos administrativos e operacionais, quanto aos antecedentes suporte do gestor, envolvimento no trabalho, suporte social no trabalho (colegas) e equilíbrio vida pessoal e profissional.
Houve divisão de resultados para a hipótese central, sobre as mulheres perceberem mais os antecedentes que aumentam o CTF do que os homens: dois antecedentes investigados sugeriram maior CTF para elas e os outros, menor CTF. O aparente descolamento entre práticas formais e ambiente de suporte informal reforça a necessidade de tratar o CTF como uma questão sistêmica, que depende mais de mudanças culturais que alterem os pressupostos associados ao trabalhador ideal do que de práticas formais.
Dentre as 44 diferentes referências utilizadas diretamente neste artigo, dois exemplos são: GREENHAUS, J. H.; BEUTELL, N. J. Sources of conflict between work and family roles. Academy of management review. [S.I.], v. 10, n. 1, p. 76-88, 1985. GRZYWACZ, J. G.; BUTLER, A. B. Work-family-conflict. In: BARLING, J.; COOPER, C. L. (Eds) The Sage handbook of organizational behavior. v. 1, 2008, pp. 451-468.