Resumo

Título do Artigo

A PRÁTICA DA APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL POR MEIO DA ESTÉTICA: UM ESTUDO NO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS
Abrir Arquivo

Palavras Chave

estética
práticas de trabalho
aprendizagem

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Aprendizagem nas Organizações

Autores

Nome
1 - Claudia Xavier Cavalcanti
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES) - Goiabeiras
2 - KATIA CYRLENE DE ARAUJO VASCONCELOS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES) - ppgadm - PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

Reumo

Segundo Strati (1999), a estética na vida organizacional relaciona-se a uma forma de conhecimento humano e especificamente o conhecimento representado pelas faculdades da audição, visão, toque, olfato e paladar, e pela capacidade de julgamento estético. A indústria do ramo de rochas ornamentais é reconhecida por formar sua própria mão-de-obra, havendo poucos profissionais com formação técnica específica que atendam às necessidades do segmento e o objetivo estético é o que norteia este setor.
O fato de realizar uma pesquisa empírica em um setor relevante, formador de sua própria mão de obra, com foco na estética (STRATI, 1999) alinhando à aprendizagem de indivíduos nos espaços de trabalho baseado nos estudos da prática permite ampliar o enfoque das pesquisas sobre estética e aprendizagem em relação às práticas sociais. Nesse sentido, este artigo busca compreender como o senso estético se manifesta por meio das práticas de aprendizagem dos operadores no setor de rochas ornamentais.
Strati (2007) define estética como uma forma de conhecimento humano fornecida pelos órgãos dos sentidos e pela capacidade que temos de fazer um juízo estético. Trata-se de um sentimento que é individual e coletivamente construído pelos indivíduos nas ações interativas de viver as experiências, compreender e julgar através de sentidos e gostos (STRATI, 2003; GHERARDI; STRATI, 2014). Diz respeito à nossa corporeidade refinada no ambiente organizacional (BERTOLINI, CAPPELLI; BRITO, 2014).
A metodologia utilizada foi de natureza qualitativa com objetivo exploratório. A coleta dos dados foi realizada a partir de 7 entrevistas semiestruturadas com um diretor e seis profissionais da operação e por meio de observação não participante. Foi escolhida uma empresa do setor de rochas ornamentais localizada no município de Serra, no estado do Espírito Santo. Para a análise dos dados de campo a técnica utilizada foi a análise de conteúdo.
A necessidade de desenvolvimento de um senso estético foi muito ressaltada na empresa pesquisada. Destacam-se questões relacionadas com o tato, a visão e as emoções. Isso confirma o abordado por Strati (2007), que visualiza a estética como uma forma de conhecimento humano fornecida pelos órgãos dos sentidos e pela capacidade que temos de fazer um juízo estético. O julgamento do que é belo na empresa pesquisada é um sentimento construído individual e coletivamente pelos colaboradores.
O processo de aprendizagem dos operadores da empresa pesquisada se sustenta em uma construção social com forte presença dos sentidos da visão e do tato. Estes sentidos extrapolam na medida em que o aprendizado se mobiliza pelo conhecimento sensível, assim como a habilidade corporal para perceber e gostar. Portanto, a estética e o conhecimento possuem uma íntima relação e o aprendizado tem a ver com o que cada um sente.
STRATI, A. Organization and Aesthetics. London: Sage, 1999. STRATI, A. Knowing in practice: aesthetic understanding and tacit knowledge. In: NICOLINI, D.; GHERARDI, S.; YANOW, D. (eds.). Knowing in organizations: a practice-based approach. New York: M.E. Sharpe, p. 53-75, 2003. STRATI, A. Organização e Estética. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007. STRATI, A. Aesthetics understanding of work and organizational life: approaches and research developments. Sociology Compass, v. 10, n. 4, 2010.