Publicar em Administração
Coautorias
Autores prolíficos
Área
Ensino e Pesquisa em Administração
Tema
Formação do Professor e Pesquisador
Autores
Nome
1 - Christian Daniel Falaster UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - PPGA
2 - Manuel Portugal Ferreira UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - PPGA
3 - Renata Canela FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS (FACAMP) - Campinas
Reumo
A publicação de artigos em periódicos científicos é um dos requisitos fundamentais para os pesquisadores (HARZING, 2007; CHEN, 2011). Em sua carreira acadêmica, os pesquisadores estabelecem relações de coautoria (HOLDER, LANGREHR e SCHROEDER, 2000) para enfrentar as pressões (ACEDO et al., 2006) e as dificuldades (JUDGE et al., 2007; SERRA et al., 2008; FERREIRA, 2013) da publicação. Mas, como os pesquisadores mais prolíficos diferem dos mais jovens na profissão de pesquisador?
Neste estudo buscamos investigar as relações de coautoria que os pesquisadores constroem. Se adotarmos uma perspectiva evolucionária seria razoável sugerir que as coautorias servem diferentes papéis em diferentes níveis de produção científica do pesquisador. Por exemplo, num momento inicial, de formação do pesquisador, as coautorias podem servir para aprender e para aumentar o número de publicações, enquanto para pesquisadores mais prolíficos as coautorias podem servir para juntar competências ou atividades complementares, ou apenas ser o reflexo de um apoio prestado a orientandos.
As coautorias parecem ser uma forma de lidar com a dificuldade de publicar e a necessidade de realizar pesquisas mais bem fundamentadas com efetiva contribuição para o conhecimento acadêmico (ROSSONI e GUARRIDO, 2009; FERREIRA e SERRA, 2015). Um incentivo crucial para a coautoria pode estar nas altas taxas de rejeição dos manuscritos submetidos aos periódicos (SERRA, FIATES e FERREIRA, 2008). Outra razão para o trabalho em coautorias pode estar na experiência dos pesquisadores, autores menos experientes sentem a necessidade de ganhar experiência e escrevem em parceria.
Metodologicamente, o estudo foi sustentado em dados primários coletados por questionário enviado por e-mail a uma amostra aleatória de 171 pesquisadores em Administração convidados a participar na pesquisa. O questionário coletou dados sobre as motivações e pressões para a coautoria, os fatores para escolher os coautores e o perfil dos participantes (ocupação, gênero, titulação acadêmica), da sua produção científica, e da orientação para ensino ou pesquisa do seu departamento na instituição a que está afiliado.
Este estudo tem contribuições empíricas para a academia, investigando as motivações para coautorias e como estas motivações mudam entre pesquisadores mais e menos prolíficos. Desta forma, grupos de pesquisa e os departamentos de pós-graduação em Administração podem melhor organizar as estratégias de coautorias. Os resultados contribuem também de forma mais teórica para a discussão sobre produtividade acadêmica, o desenvolvimento do pesquisador, a inter-relação entre pesquisadores e a formação de coautorias.
Nosso estudo contribui para identificar como as coautorias são usadas pelos pesquisadores, de onde estimamos uma trajetória. Observamos como autores menos experientes - previsivelmente no início de suas carreiras, alunos de mestrado e doutorado - veem as relações de parceria e para que as usam. Do mesmo modo identificamos como as colaborações são vistas pelos pesquisadores já experientes, que tendem a ser Professores de pós-graduação stricto sensu, que já publicaram muitos artigos.
BOZEMAN, B., e CORLEY, E. Scientists’ collaboration strategies: Implications for scientific and technical human capital. Research Policy, v. 33, n. 4, p. 599-616, 2004.
FALASTER, C., FERREIRA, M., e CANELA, R. Motivos de rejeição dos artigos nos periódicos de Administração. Organizações e Sociedade, v. 23, n. 77, p. 285-306, 2016.
RYNES, S., HILLMAN, A., IRELAND, R., KIRKMAN, B., LAW, K., MILLER, C., RAJAGOPALAN, N., e SHAPIRO, D. Everything you've always wanted to know about AMJ but may have been afraid to ask . Academy of Management Journal, v. 48, n. 5, p. 737-737, 2005.