Estratégia como Prática Social em organizações de contextos extremos: Um estudo de caso envolvendo aeroportos e as adaptações no strategizing no enfrentamento à crise da COVID-19.
Estratégia como Prática Social
Sociomaterialidade
Contextos Extremos
Área
Estratégia em Organizações
Tema
Processo Estratégico nas Organizações
Autores
Nome
1 - Neuza Wagner Universidade do Vale do Itajaí-Univali - Biguaçú
2 - Sidnei Vieira Marinho UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ (UNIVALI) - Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA)
Reumo
É relevante compreender como organizações de contextos extremos, lidaram como a crise da Covid-19, destacando estudos sobre sociomaterialidade e estratégia como prática social. Hällgren et al. (2022) e Seidl e Whittington (2021), acreditam que desenvolver estudos voltados para a compreensão das funções da sociomaterialidade no strategizing pode aumentar a capacidade da sociedade e organizações aprenderem a lidar com a situação presente e futura. Rouleau, Hällgren e De Rond (2021), indicam a necessidade de observação do fenômeno em organizações que viveram recentemente eventos sem precedentes.
A crise COVID-19 demandou respostas e adaptações no strategizing. Aeroportos, desempenham serviço essencial para a mobilidade no mundo e necessitaram de ajustes em curto espaço de tempo, característica de resposta de organizações inseridas em contextos extremos. Nesse sentido, buscou compreender as adaptações das práticas, praticantes e práxis da estratégia como prática social, em um grupo de aeroportos inseridos em contextos extremos, durante o enfrentamento da crise COVID-19. Sendo que, a estratégia não é estático, mas mas é continuamente criada (Jarzabkowski, Spee, & Smets, 2013).
Para organizações cuja realidade diária gira em torno da mitigação de riscos em ecossistemas extraordinariamente frágeis (contextos extremos), é importante aprender sobre questões relacionadas à capacidade de produção, recursos, mercados consumidores e sua força de trabalho (Hällgren, Rouleau, & De Rond, 2018). Nesse sentido, a estratégia como prática é uma lente importante de observação e é conceituada como uma atividade socialmente realizada (Jarzabkowski, Balogun, & Seidl, 2007). Em que, no fazer estratégia estão inseridos todos os tipos de coisas, usadas pelos estrategistas.
Pesquisa qualitativa, descritiva, estudo de caso único, com delineamento temporal transversal e aproximação longitudinal. Com característica multimetodológica de coleta de dados utilizou-se: (i) entrevista semiestruturada, (ii) observação participante e, (iii) análise documental, com dados coletados em junho de 2022, para o tratamento dos dados utilizou-se a análise de discurso.Os gerentes executivos foram os sujeitos de pesquisa e a organização foco do estudo foi Zurich Airport Brasil, administradora de três aeroportos no Brasil e subsidiárias da Zurich Suiça.
Os resultados indicam que os primeiros ajustes ou adaptações foram operacionais, envolveram adaptações foram operacionais e envolveram segurança sanitária. Posteriormente, foi possível perceber ajustes nas práticas, ou sejam nas rotinas compartilhadas de comportamento, incluindo as tradições, normas e procedimentos, o modo de pensar, agir e de como usar elementos sociomateriais envolvidos no strategizing. Os estrategistas, que são os atores sociais que realizam as atividades estratégicas, adaptaram suas rotinas, seu modo de pensar e perceber a nova realidade organizacional.
A organização adaptou a forma como as coisas são feitas, incluindo tradições, normas e procedimentos e elementos sociomateriais envolvidos no strategizing, o que afetou ainda, no modo de pensar e agir dos estrategistas. Os resultados de pesquisa revelam agilidade de resposta as adaptações de práticas estratégicas e resiliência como alterativas para manutenção do negócio em ambientes extremos. Incrementos tecnológicos importantes foram feitos, buscando dar aos estrategistas uma visão preditiva das operações, para ajudar na tomada de decisão assertiva e dinâmica, em cenários presentes e futuros.
Hällgren, M., Rouleau, L., & De Rond, M. (2022). Organizing and strategizing in and for extreme contexts: Temporality, embodiment, materiality. Journal of Management Studies. https://doi.org/10.1111/joms.12741
Seidl, D., & Whittington, R. (2021). How Crisis Reveals the Structures of Practices. Journal of Management Studies, 58(1), 240–244. https://doi.org/10.1111/joms.12650
Jarzabkowski, P., Spee, A. P., & Smets, M. (2013). Material artifacts: Practices for doing strategy with 'stuff'. European Management Journal, 31(1), 41–54. https://doi.org/10.1016/j.emj.2012.09.001