Resumo

Título do Artigo

TEORIA DO TRABALHO COMO UM CHAMADO: Examinando Burnout, Workaholism e Satisfação no trabalho em grupos com chamadas atendidas, sem resposta ou sem chamadas
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Palavras Chave

Chamado ocupacional
burnout
Teoria do trabalho como um chamado

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Valores, Sentidos e Vínculos no/do Trabalho

Autores

Nome
1 - LUIZ FELIPE MAGNAGO BLULM
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES) - PPGEco
2 - Maria Clara de Oliveira Leite
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES) - CCJE
3 - Lilian Gazzoli Zanotelli
ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA (EMESCAM) - Vitória

Reumo

Na última década, o crescimento da pesquisa sobre o trabalho como um chamado levou à publicação de diversos artigos e ao desenvolvimento de um modelo teórico próprio sobre chamado ocupacional (Duffy, Douglass, Gensmer, England & Kim, 2019). A Teoria do Trabalho como um Chamado (WCT) (Duffy et al., 2018) postula que viver um chamado pode proporcionar aos indivíduos consequências positivas, como satisfação no trabalho, e negativas, como burnout e workaholismo.
A falta de consenso identificada em estudos anteriores que investigaram a relação entre viver um chamado ocupacional e níveis de burnout e a carência de evidências a respeito das proposições da WCT (Duffy et al., 2018) para diferentes grupos, levou à seguinte questão de pesquisa: Como as percepções sobre vivenciar um chamado ocupacional, não vivenciar ou não possuir um chamado afeta os níveis de satisfação, workaholismo e burnout de diferentes indivíduos? O objetivo deste artigo foi, portanto, examinar a relação entre viver um chamado e níveis de burnout, workaholism e job satisfaction.
A pesquisa sobre o chamado ocupacional cresceu significativamente também nas últimas décadas (Felix & Cavazotte, 2019). Entretanto, havia uma carência de coerência devido à falta de um modelo teórico capaz de abranger e orientar a pesquisa sobre o tema (Gazica & Spector, 2015). Até que Duffy et al., (2018) desenvolveram o modelo teórico da Teoria do Trabalho com Chamado (WCT), que se diferencia ao descrever todos os caminhos hipotéticos de se viver um chamado atendido. Assim, O modelo traz o entendimento de como um chamado atendido leva a consequências positivas e negativas.
Foram coletadas 350 respostas. Desse total, 77 respondentes não exerciam atividade profissional remunerada. Assim, a amostra foi composta por 273 observações. O tamanho mínimo apurado foi de 159 observações (tamanho de efeito = 0,25, significância = 0,05 e poder = 0,8). Para análise dos dados foi processada análise de componentes principais, a fim de extrair os escores fatoriais dos construtos. Em seguida foi criada a variável Perfil com os níveis “Chamado atendido”, “Chamado não atendido” e “Sem chamado”. As escalas utilizadas neste estudo já foram utilizadas e validadas anteriormente.
Os resultados mostram que o grupo de chamado atendido mostra maiores níveis de satisfação no trabalho e menores níveis de burnout em relação aos demais. Para o workaholismo não houve diferenças entre os grupos. Já o grupo com chamado não atendido foram observados os menores níveis de satisfação no trabalho. Quanto ao burnout não houve diferença em relação ao grupo sem chamado percebido.
O objetivo deste artigo foi examinar a relação entre viver um chamado e burnout, workaholism e job satisfaction, com base na Teoria do Trabalho como um Chamado (WCT). O objetivo foi cumprido a partir do exame de três grupos distintos: a) indivíduos com chamado atendido; b) indivíduos com chamado não atendido e; c) indivíduos sem chamado. Como limitações da pesquisa, importante pontuar que o estudo não acompanha os indivíduos ao longo do tempo. Sugere-se que pesquisas futuras sejam amparadas por metodologia longitudinal que possibilite captar os efeitos no tempo.
Duffy, R. D., Dik, B. J., Douglass, R. P., England, J. W., & Velez, B. L. (2018). Work as a calling: A theoretical model. Journal of counseling psychology, 65(4), 423. Gazica, M. W., & Spector, P. E. (2015). A comparison of individuals with unanswered callings to those with no calling at all. Journal of Vocational behavior, 91, 1-10.