Resumo

Título do Artigo

Efeito dos traços de personalidade sombrios no julgamento dos Principais Assuntos de Auditoria.
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Palavras Chave

Traços de personalidade sombrios
Julgamento do auditor.
Principais assuntos de auditoria

Área

Finanças

Tema

Contabilidade para usuários externos

Autores

Nome
1 - LORENA COSTA DE OLIVEIRA ARAUJO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE) - CESA
2 - PAOLO GIUSEPPE LIMA DE ARAÚJO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE) - Centro de Estudos Sociais Aplicados - UECE

Reumo

O processo de julgamento e tomada de decisão vem despertando o interesse dos pesquisadores e tem merecido investigação de ordem empírica, em busca da compreensão da forma como os indivíduos processam informações e dos fatores que o influenciam no campo da auditoria. Para atender tal objetivo essa temática vem sendo investigada utilizando elementos da psicologia, como os traços de personalidade, onde o julgamento não é visto apenas sob a perspectiva da deliberação racional, mas como uma elaboração cognitiva do indivíduo.
A literatura preconiza que o julgamento dos Principais assuntos de auditoria, pode ser influenciado por diversos fatores, entre eles os traços de personalidade sombrio do auditor (Sierra-García et al., 2019) que são traços subclínicos de personalidade presentes na população de forma geral são fundamentados na literatura da psicologia social e compõe-se de: narcisismo, maquiavelismo, psicopatia e sadismo Desta forma, este estudo tem como objetivo analisar a relação entre os traços de personalidade sombrios do auditor e o julgamento dos principais assuntos de auditoria no contexto brasileiro.
A literatura estabelece que auditores com elevados traços de personalidade sombrios (Dark Tetrad) manifestam tendências à insensibilidade, impulsividade, manipulação, grandiosidade, gozo de crueldade e má conduta (Paulhus, 2014), sugerindo uma predisposição maior para comportamentos oportunista, antiético, de manipulação de relatórios contábeis, gerenciamento de resultados, fraudes, auto-promoção, podendo fazer com que realizem julgamentos para atingir os seus objetivos, prejudicando a qualidade do seu julgamento e, consequentemente, a qualidade da auditoria (Olsen et al. 2013).
Para atender ao objetivo do estudo, realizou-se um estudo descritivo, por meio de pesquisa do tipo survey, de natureza quantitativa, tendo como população os auditores independentes brasileiros registrados no Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – IBRACON, e uma amostra final de 311 respondentes cujos questionários apresentaram respostas válidas. Para alcançar os objetivos desta tese, utilizou-se os tratamentos estatísticos: estatística descritiva, teste não paramétrico Kruskal-Wallis, Modelagem de Equações Estruturais pelos Mínimos Quadrados Parciais (PLS–SEM).
O resultado do modelo, dá indícios que os traços de personalidade sombrios dos auditores influenciam negativamente o julgamento dos PAAs. Esse resultado coaduna com o preconizado na literatura que estabelece que auditores com elevados traços de personalidade sombrios apresentam uma tendência natural para se envolver em relatórios financeiros fraudulentos e tenham impulsos para servir a si mesmo às custas dos outros, podendo ser um indicativo que auditores com tais características podem estar realizando julgamentos para atingir os seus objetivos.
Evidências empíricas dão indícios que os traços de personalidade sombrios presentes nos auditores influenciam de forma negativa o julgamento do auditor no ambiente brasileiro, afetando a qualidade da auditoria. Isto pode ser explicado pelo efeito negativo dessas personalidades, que devido às suas características como insensibilidade, impulsividade, manipulação, grandiosidade e má conduta, podem apresentar uma predisposição a engajar-se em comportamentos oportunistas, visando o atendimento de interesses pessoais, assim como a adotarem atitudes antiéticas, afetando assim, o julgamento dos PAAs.
Bonner, S. E. (2008). Judgment and decision making in accounting. Prentice Hall. D’Souza, M. F., & Lima, G. A. S. F. (2015). The dark side of power: The Dark Triad in opportunistic decision-making. Advances in Scientific and Applied Accounting, 8(2), 135-156. Paulhus, D. L., & Williams, K. M. (2002). The dark triad of personality: Narcissism, machiavellianism, and psychopathy. Journal of Research in Personality, 36(6), 556-563. Pinto, I., & Morais, A. I. (2019). What matters in disclosures of key audit matters: evidence from Europe. Journal of International Financial, Management & Accounting.