hermenêutica de profundidade
formas simbólicas
Doxa
Área
Ensino e Pesquisa em Administração
Tema
Métodos e Técnicas de Pesquisa
Autores
Nome
1 - Johnny Ribas da Motta UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - POSCOM
2 - Bruno Eduardo Slongo Garcia UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - Sociais Aplicadas
Reumo
A palavra hermenêutica tem sua origem vinculada ao verbo grego hermeneuin, que significa interpretar, e também ao substantivo hermeneia, conceito aristotélico que denota interpretação. A palavra hermenêutica, também está relacionada com o verbo no infinitivo explicar. Nesse sentido, ela destaca o discurso da compreensão, uma vez, , que as palavras vão além do dizer, pois como salientam Terra, Gonçalves, Santos e Erdmann (2009), elas explicam, racionalizam e elucidam algo. Assim, este pensamento nos leva a compreensão de que o significado está relacionado a alguém e também ao contexto.
A partir das considerações interpostas pela teoria da Hermenêutica Ricoeuriana (1976) e a obra Hermenêutica de Profundidade (HP), formulação teórica-metodológica proposta pelo sociólogo canadense John Brookshire Thompson, este estudo tem como objetivo discutir a Hermenêutica de Profundidade como uma lente teórica-metodológica para estudos nas áreas de ciências sociais aplicadas.
O sociólogo John Thompson, idealizador da obra “Ideologia e Cultura Moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa” publicada em 1995, apresenta em seu livro um referencial metodológico como possibilidade para a interpretação das formas simbólicas, chamado de Hermenêutica de Profundidade. Thompson (2011) permeia seus estudos baseado na Teoria Social Crítica, a qual tem por objetivo entender temporalmente como os “efeitos” sociais, que envolvem as formas simbólicas, penetram o mundo social e contribuem para a reprodução das relações de poder e dominação.
A partir das considerações teóricas apresentadas, buscou-se refletir sobre algumas possibilidades de aplicação da Hermenêutica de Profundidade, a contar, pelo seu pluralismo e flexibilidade metodológica, demonstrando, ainda que brevemente, sua aplicação em um caso ilustrativo empírico do campo da Educação a Distância no Brasil. Contudo, Thompson (2011) orienta para duas questões importantes no uso da HP como método de pesquisa, denominados de internalismo e reducionismo.
Ao entender os procedimentos da análise da HP, tem-se que uma investigação coerente não pode seguir sem observar o que o autor denominou de interpretação da doxa, tendo em vista, que está é a pré-etapa do enfoque tríplice, e que guiará as demais fases, com o intuito de reduzir o “sendo comum” que por vezes faz parte de um pensamento teórico inicial. É por este motivo que o autor reitera o olhar para o objeto analisado, visto que o hermeneuta também integra o campo social, pois está inserido em circunstâncias sócio-históricas especificas, transformando sua interpretação em uma re-interpretação.
RICOEUR, P. Teoria da interpretação. Lisboa: edições 70, 1978.
__________. Interpretação e ideologias. 4ª. Ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1990.
__________. O conflito das interpretações: ensaios de hermenêutica. Rio de Janeiro: Imago, 1978.
SLONGO GARCIA, B. E.; COSTA MARONI SARAIVA, M. C.; FERREIRA, J. M.; MOTTA, J. R. Entre a sociedade, o estado e o capital no campo da Educação a Distância. Educação, Escola & Sociedade, v. 19, n. 21, p. 1–26, 2024.
THOMPSON, J. B. Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa. 7. Ed. – Petrópolis, RJ. E