Resumo

Título do Artigo

DETERMINANTES DA ADOÇÃO DE HEGDE ACCOUNTING COM INSTRUMENTOS FINANCEIROS NÃO DERIVATIVOS
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho
Assistir a sessão completa

Palavras Chave

Instrumentos financeiros
Hedge accounting
Não derivativos

Área

Finanças

Tema

Contabilidade para usuários externos

Autores

Nome
1 - Giuliana Guimarães Borges
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas
2 - Laura Edith Taboada Pinheiro
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas

Reumo

A crescente sofisticação das atividades econômicas permitiu que as organizações tenham acesso a uma ampla oferta de instrumentos financeiros, os quais têm adquirido particular relevância para a contabilidade, principalmente pelas características de risco que possuem (Galdi, Barreto & Flores, 2018; Moura & Dantas, 2015). Um dos possíveis usos dos instrumentos financeiros é para a realização de hedge accounting, que seria uma estratégia defensiva que visa à proteção contra as incertezas financeiras futuras (Pereira, Pereira, Silva & Pinheiro, 2017).
Considerando que os instrumentos financeiros qualificados para hedge accounting podem ser tanto derivativos quanto não derivativos, conforme o Comitê de Pronunciamentos Contábeis, no CPC 48 (2016), este trabalho traz a seguinte questão: quais são os determinantes para que uma empresa de capital aberto brasileira opte por utilizar o hedge accounting com instrumentos financeiros não derivativos? Assim, a presente pesquisa tem como objetivo verificar os determinantes para que uma empresa de capital aberto brasileira opte em utilizar o hedge accounting com instrumentos financeiros não derivativos.
O hedge accounting seria um conjunto de regras especiais destinadas a garantir o reconhecimento tempestivo dos objetos de hedge e instrumentos de proteção no resultado da empresa, para evitar volatilidade não justificada economicamente, que é constantemente monitorada por analistas e investidores (Sticca e Nakao, 2019). Segundo Santos, Zambra & López (2022), a utilização da contabilidade de hedge permite que as empresas administrem os riscos e as incertezas relacionadas aos negócios, contribuindo para a redução dos riscos econômicos e financeiros, além da volatilidade dos resultados.
A amostra desta pesquisa foi formada por 70 empresas não financeiras listadas na bolsa de valores brasileira, a Brasil, Bolsa, Balcão (B3), que compunham o índice Ibovespa, conforme relação apresentada pela B3 no dia 15 de abril de 2024. Os dados foram coletados a partir das demonstrações financeiras e das notas explicativas, obtidas no site de Relações com Investidores das próprias empresas que compõem a amostra, relativas ao exercício de 2023. Os dados coletados foram utilizados para calcular os indicadores, os quais foram as variáveis no modelo econométrico de regressão logística.
O resultado da aplicação do modelo de regressão logística mostrou que apenas a variável “Tamanho” foi estatisticamente significativa a um nível de significância de 0,05, não sendo possível rejeitar a hipótese de que a variável “Tamanho” seja um determinante para que ocorra a adoção de hedge accounting com instrumentos financeiros não derivativos. As variáveis relacionadas à Estrutura e Endividamento e à Lucratividade ficaram estatisticamente iguais a zero, portanto foram rejeitadas as hipóteses de que esses indicadores seriam determinantes para uso de não derivativos como hedge accounting.
A partir dos resultados do modelo estatístico, pode-se concluir que o tamanho das empresas é uma sinalização de que pode haver o uso de instrumentos não derivativos como instrumentos de hedge accounting. Por outro lado, os indicadores que envolvam a composição de dívida de curto e longo prazo das empresas, a proporção entre dívidas e patrimônio líquido, o custo da dívida e a lucratividade não foram estatisticamente significativos e, com isso, se depreende que não são características determinantes na opção pelo uso dos não derivativos na gestão de riscos entre as companhias analisadas.
Galdi, F. C., Barreto, E., & Flores, E. (2018). Contabilidade de Instrumentos Financeiros: IFRS 9/CPC 48. São Paulo: Atlas. Pereira, M. R., Pereira, C. M., Silva, M. M., & Pinheiro, L. E. T. (2017). Características econômicas de empresas e uso de hedge accounting: um estudo em empresas do setor de consumo não cíclico listadas no novo mercado da BM&FBOVESPA. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, 5(2), 74-87. Sticca, R. M., & Nakao, S. H. (2019). Hedge accounting choice as exchange loss avoidance under financial crisis: Evidence from Brazil. Emerging Markets Review, 41, 100655.