Resumo

O artesanato é uma expressão cultural que reflete tradições locais e possui potencial para o desenvolvimento local, gerando renda e valorizando a cultura (Machado, 2024; Santos et al., 2023). Em Aquidauana, MS, com economia baseada na agropecuária e turismo, o artesanato pode promover inclusão social e preservação cultural. Este trabalho analisa o mercado de artesanato local, investigando espaços de comercialização e a perspectiva dos artesãos, visando estratégias de valorização e desenvolvimento econômico

O artesanato é vital para o desenvolvimento local e a valorização cultural, preservando tradições e gerando renda. Contudo, enfrenta desafios como acesso a mercados, competição com produtos massificados e falta de protagonismo dos artesãos. Este estudo investiga quem são os artesãos de Aquidauana, MS, e suas perspectivas. Objetivos: 1. Mapear artesãos e seus produtos. 2. Analisar espaços de comercialização como a Casa do Artesão, FARPA e FEIP. 3. Propor estratégias para inclusão social, preservação cultural e desenvolvimento econômico sustentável.

O artesanato, originado no neolítico, reflete tradições locais e possui valor cultural e econômico (Machado, 2024). A economia criativa, baseada na criatividade e inovação, promove crescimento socioeconômico e inclusão social (Reis, 2008; Duisenberg, 2008). No Brasil, o artesanato gera R$ 30 bilhões anuais e emprega 8,5 milhões de pessoas (Possebon, 2013). É uma manifestação cultural que preserva identidades (Diniz e Diniz, 2007). A valorização do artesanato envolve marketing cultural e reconhecimento de seu valor intrínseco (Smith, 2016). Desafios incluem acesso a mercados e reconhecimento.

Este estudo qualitativo analisa dados sobre artesãos nas feiras FARPA e II FEIP em 2024. Foram investigados três espaços: Casa do Artesão, FARPA e FEIP. A população-alvo inclui artesãos participantes das feiras. No FARPA, 13 artesãos foram observados e 10 entrevistados; na II FEIP, 17 participaram e 6 foram entrevistados. Entrevistas semi estruturadas e observação participante foram usadas para coletar dados. A análise dos dados foi realizada à luz da literatura e visou destacar as falas e os produtos dos artesãos participantes por meio de registros fotográficos.

Os resultados mostram que a Casa do Artesão carece de identificação adequada dos produtos, o que reduz seu valor percebido (Smith, 2016). Artesãos como Lucélia, Anatália, Arrieth, Irene e Arlene destacam a importância da tradição e enfrentam desafios como a falta de valorização local. Eventos como FARPA e FEIP são cruciais para a promoção do artesanato, mas há necessidade de políticas públicas para valorização e reconhecimento dos artesãos, além de maior divulgação. A análise sugere que a inclusão de informações detalhadas sobre os produtos pode aumentar o engajamento e a valorização cultural.

Este estudo analisou a efetividade das feiras FARPA e II FEIP, além da Casa do Artesão, na valorização dos artesãos de Aquidauana. Embora sejam plataformas importantes, desafios como falta de valorização, escassez de materiais e necessidade de políticas públicas persistem. Melhorias na identificação dos produtos na Casa do Artesão podem aumentar o valor percebido. As trajetórias dos artesãos destacam a conexão com tradições culturais e o potencial do artesanato para promover desenvolvimento sustentável e inclusão social.

As principais foram: CANCLINI, N. G. Culturas Híbridas: Estratégias para Entrar e Sair da Modernidade, 1984. DINIZ, C.; DINIZ, M. O Artesanato como Elemento Impulsionador no Desenvolvimento Local, 2007. DUISENBERG, Edna dos Santos. ECONOMIA CRIATIVA como estratégia de desenvolvimento: uma visão dos países em desenvolvimento. Itaú Cultural, 2008. KELLER, Paulo Fernandes. Artesanato: Trabalho, Economia e Sociedade. Universidade Federal do Maranhão, 2020. MACHADO, J. P. O conceito de artesanato: Uma produção manual. Missões: Revista De Ciências Humanas E Sociais, 2(2), 2016. SMITH, J. 2016