Desenvolvimento sustentável
Ecoinovação
Capacidades dinâmicas
Área
Gestão Socioambiental
Tema
Sustentabilidade, Sociedade, Tecnologia e Inovação
Autores
Nome
1 - Fausto Kiewel UNIVERSIDADE FEEVALE (FEEVALE) - Novo Hamburgo
2 - Cristiane Froehlich UNIVERSIDADE FEEVALE (FEEVALE) - Programa de Pós_Graduação Mestrado em Administração
Reumo
A inovação com foco ambiental é vista como essencial para os empreendimentos obterem vantagens competitivas (Horbach, 2008; Scarpellini et al., 2020). A ecoinovação, em particular, é reconhecida pela OCDE (2009) como uma capacidade inovadora das empresas para reduzir o impacto ambiental e é defendida por estudos como os de Arranz et al. (2019), Moroni et al. (2022), Valdez-Juárez e Castillo-Vergara (2020) e Kemp e Person (2007).
O estudo busca responder à questão de pesquisa: De que forma as capacidades dinâmicas são operacionalizadas por meio de seus microfundamentos para o desenvolvimento da ecoinovação em produtos e processos? O objetivo consiste em analisar como as capacidades dinâmicas são operacionalizadas por meio de seus microfundamentos para o desenvolvimento da ecoinovação em produtos e processos em uma empresa do ramo moveleiro situada no estado do Rio Grande do Sul.
As capacidades dinâmicas (CDs) contribuem para que as organizações desenvolvam e operacionalizem a ecoinovação, auxiliam na adaptação à ambientes dinâmicos e na reconfiguração das competências internas e externas (Teece et al., 1997; Teece, 2007; Schriber & Löwstedt, 2020). Estudos como os de Inigo et al. (2017), Mousavi et al. (2019), Prieto-Sandoval et al. (2019), Khan et al. (2020a), Arranz et al. (2020) e Rabal-Conesa et al., (2021) destacam a importância dos microfundamentos das CDs para a ecoinovação.
Para esta pesquisa foi realizado um estudo de caso, qualitativo e descritivo. A empresa selecionada tem atuação no âmbito internacional e atende clientes de renome no contexto de desenvolvimento sustentável e possui reconhecimento por meio de diversas premiações. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas com vinte colaboradores da empresa, documentos e observação.
A partir da análise dos dados verificou-se que a empresa está desenvolvendo sua capacidade de ecoinovação e em processo de inclusão no planejamento estratégico, adaptando-se às adversidades do mercado e às pressões dos stakeholders, mantendo-se competitiva e implantando práticas de gestão ambiental. O estudo identificou a importância de avaliar as habilidades da empresa para a adoção de práticas coerentes, agrupando elementos que indicam melhoria na utilização dos recursos e eficiência energética.
Os resultados revelaram que a empresa não enfrenta os obstáculos comuns à ecoinovação, como falta de mão de obra qualificada ou incentivo da liderança, citados por autores como Reyes-Santiago et al. (2019), Chen et al. (2021) e Arranz et al. (2020). A empresa apresenta uma cultura de sustentabilidade e reconhece que a combinação de capacidades dinâmicas melhora o desempenho e a percepção dos stakeholders, embora a falta de incentivo governamental seja um desafio.
Aberg, C., & Torchia, M. (2020). Do boards of directors foster strategic change? A dynamic managerial capabilities perspective. Journal of Management and Governance, 24, 655-684. DOI: 10.1007/s10997-019-09462-4.
Adner, R., & Helfat, C. E. (2003). Corporate effects and dynamic managerial capabilities. Strategic Management Journal, 24(10), 1011-1025. https://doi.org/10.1002/smj.331
Arranz, N. et al. (2019). Incentives and inhibiting factors of eco-innovation in the Spanish firms. Journal of Cleaner Production, 220, 167-176. https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2019.02.223