Resumo

O empreendedorismo chama atenção da sociedade por ser um processo que transforma a realidade de quem empreende. No âmbito feminino, há uma crescente participação das mulheres no mercado de maneira ativa. Com isso, o empreendedorismo liderado por mulheres tem crescido substancialmente, porém, elas enfrentam dificuldades que podem ser limitantes para suas carreiras, como a maternidade. Nesse cenário, o equilíbrio da vida empreendedora e materna para lidar com as jornadas duplas de trabalho sugerem a necessidade de um bom controle emocional (Machado, 2006).

Considerando o aumento do empreendedorismo feminino, bem como os desafios enfrentados pelas mulheres, o presente trabalho visou responder o seguinte questionamento: Qual a relevância da Inteligência Emocional no cotidiano de mães empreendedoras? Com isso, esta pesquisa teve como objetivo analisar os pilares da IE no contexto do empreendedorismo materno de acordo com a produção científica de 2014-2024.

Para compreender os desafios no cotidiano das mulheres empreendedoras é preciso analisar dificuldades e problemas que limitam seu desempenho econômico e o sentimento pessoal de satisfação, devido muitas vezes não conseguir conciliar de forma eficiente as demandas de seus diferentes papeis. De acordo com Strobino e Teixeira (2014), a principal causa dessas dificuldades é o fator tempo e um atenuante para isso, seria um maior controle emocional. Segundo Salovey e Mayer (1997) a Inteligência Emocional (IE) é a habilidade de processar informações sobre as próprias emoções e as dos outros.

Os pilares da IE são fundamentais para as mães empreendedoras, ajudando-as a equilibrar as demandas do empreendedorismo e da vida materna. Existe uma lacuna na literatura direcionada aos diversos perfis de mulheres empreendedoras e se o fato delas empreenderem pode ser entendido apenas como fruto de uma oportunidade e/ou necessidade. Além disso, há evidências de que elas enfrentam desvantagens no campo do empreendedorismo em função ao gênero. Existe uma discussão significativa se essa habilidade delas gerenciarem múltiplos papeis é inata ou se é um produto de construções sociais e culturais.

O autoconhecimento ajuda a mãe empreendedora a entender melhor seu próprio ritmo e padrão de produtividade. O autocontrole permite a gestão eficiente das emoções e comportamento em um ambiente desafiador e dinâmico. A automotivação ajuda a manter o foco e a determinação, sendo movida por seus propósito e aspiração. A empatia facilita a resolução de conflitos, permitindo que ela aborde problemas de maneira construtiva. Por fim, a habilidade social permite que ela forme alianças estratégicas, obtenha apoio emocional e profissional, e lide de maneira mais eficaz com suas demandas cotidianas.

Machado. H. P. V. (2006). Expressão emocional no exercício da atividade empreendedora por mulheres. O&S - v.13 - n.38 – julho /setembro – 2006. Salovey. P.; Mayer, J. D. (1997). Emotional Development and Emotional Intelligence: Implications for Educators. 1997. (p. 3-31). New York: Basic Books. Strobino, M. R. C.; Teixeira, R. M. (2014). Empreendedorismo Feminino e o Conflito Trabalho-Família: Estudo de Multi casos no Setor da Construção Civil da Cidade de Curitiba. Revista Administração, USP, São Paulo, n. 49, v. 1, p.1-18. jan./fev./mar.2014.