Pluralidade de Gênero
Relatórios de Sustentabilidade
Índices de Diversidade e de Sustentabilidade da B
Área
Artigos Aplicados
Tema
Gestão de Pessoas
Autores
Nome
1 - Claudio Luiz de Oliveira Costa UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF) - Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP)
2 - Fernanda Larrúbia Marques UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROFESSOR JOSÉ DE SOUZA HERDY (UNIGRANRIO) - Duque de Caxias
Reumo
Cerca de 80% das empresas publicam relatórios de sustentabilidade (RS), que afetam reputação e desempenho (Jámbor e Zanócz, 2023). Esses relatórios incluem dados sobre diversidade de gênero, destacando práticas equitativas de recursos humanos (Jonsen et al., 2021) e a importância da diversidade corporativa (Brito et al., 2022). Porém, há empresas que omitem informações negativas e usam a diversidade para melhorar a imagem pública sem compromisso com a igualdade de gênero, comprometendo a veracidade dos RS e contrariando normas da Global Reporting Initiative (GRI) (Moodaley e Telukdarie, 2023).
Diante desse cenário, este estudo investiga se as empresas que compuseram o Índice de Diversidade (IDiversa) e Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3 em 2023 atenderam efetivamente aos requisitos de diversidade de gênero mencionados na literatura em seus RS de 2022.
As práticas de promoção da igualdade de gênero nas empresas são verdadeiramente coerentes com as informações apresentadas nos seus Relatórios de Sustentabilidade?
Como intervenção para solução do problema, propôs-se as pesquisas aplicada e documental, com dados secundários dos RS de 2022 das empresas selecionadas do IDIVERSA e do ISE de 2023 obtidos na BM&Fbovespa. A abordagem é descritiva, permitindo a identificação e análise de dados sobre práticas de gênero, com categorias da literatura: Proporção de Gênero, Remuneração, Presença em Cargos de Liderança, Comunicação e Transparência e Cultura Organizacional. Como técnica, utilizou-se a análise de conteúdo por meio da ferramenta Atlas.ti 6.0.15, abrangendo 35 itens: 5 categorias analisadas em 7 empresas
Os principais resultados apontam que no Setor de Energia e Saneamento, a Eletrobras tem mais mulheres em cargos gerenciais. A Cosan precisa de mais esforços para aumentar a participação feminina nas subsidiárias. A CPFL ficou abaixo da média em representação feminina comparando com outras empresas do Setor. A Vibra lidera com metas ambiciosas. No setor financeiro, Aliansce Sonae, Cielo e B3 têm 39,26% de representação feminina. Quanto à questão salarial, Aliansce Sonae e a B3 não divulgam percentual e a Cielo não diferencia remuneração entre gêneros, mas busca competitividade comparativa.
Os RS das empresas do IDIVERSA 2023 e do ISE 2023 permitem uma análise comparativa entre líderes em sustentabilidade, o que ajuda a identificar melhores práticas que podem ser adotadas para criar ambientes de trabalho mais inclusivos. Além disso, enfatiza-se a necessidade de monitorar o progresso e avaliar o impacto das iniciativas implementadas, o que é fundamental para impulsionar mudanças efetivas. A abordagem estratégica na escolha dos dados também é mencionada como essencial para analisar a diversidade de gênero e alinhar as práticas empresariais com os padrões recomendados na literatura.