1 - Bruna Rafaelle caruzo UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL (UFMS) - Campo Grande
2 - Christiano França da Cunha UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA)
3 - Silvia Morales de Queiroz Caleman UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL (UFMS) - ESAN
Reumo
O agronegócio brasileiro é um dos principais fornecedores de alimentos do mundo, essencial para a segurança alimentar global e para a economia do país. As demandas globais por práticas socioambientais impõem desafios ao agronegócio. As práticas ESG (Ambiental, Social e Governança) são cada vez mais importantes, ajudando as empresas a definirem estratégias de competitividade. No agronegócio, essas práticas refletem esforços para gerir, preservar o meio ambiente, melhorar as condições de trabalho, e ainda sim, cumprir seu papel na segurança alimentar mundial e na economia do país.
A complexidade e escala das operações do agronegócio brasileiro exigem uma gestão eficiente e transparente para equilibrar os interesses econômicos, sociais e ambientais (IBCG, 2022). O Brasil enfrenta o desafio de manter altos níveis de produção enquanto lida com os desafios atuais, como preservação do meio ambiente, responsabilidade social e governança corporativa. O objetivo do trabalho é analisar se a governança corporativa nas grandes empresas rurais brasileiras influencia positivamente a adoção de práticas ambientais e sociais.
A GC é aplicável a organizações de todos os portes e setores para mitigar conflitos de interesse e promover uma gestão mais profissional e transparente. A Teoria da Agência oferece um arcabouço teórico essencial para entender as dinâmicas entre proprietários e gestores, explorando supervisão, controle, estruturação de contratos e sistemas de incentivo para alinhar objetivos e mitigar riscos. Esses avanços refletem a evolução da GC, que agora inclui a sustentabilidade como um pilar fundamental. A intersecção entre GC, sustentabilidade e ESG é crucial para gestão das empresas no mercado global.
A partir do banco de dados criado e disponibilizado pelo IBGC (2022), foi realizada uma sub-amostragem, mantendo as respostas das questões relacionadas com o a aplicação de governança corporativa, práticas sociais e práticas ambientais. O método estatístico utilizado para analisar a influências das práticas de governança corporativas nas práticas sociais e nas práticas ambientais foi o modelo de equações estruturais (MEE ou SEM Hair; Ringle; Sarstedt, 2011). Três variáveis latentes (práticas de governança corporativa, práticas sociais e práticas ambientais) foram usadas, elaboradas com base na
Os resultados dos testes de ajustamento dos indicam que eles têm um desempenho de ajuste superior aos modelos de referência, refletindo a eficácia das abordagens personalizadas. Todas as variáveis latentes foram bem representadas por seus respectivos indicadores, com cargas fatoriais acima de 0.60 para a maioria dos itens. Verificou-se que dentro do modelo que considera todas as variáveis coletadas, foi constatado que a aplicação das práticas de governança corporativa (GC) influenciam positivamente nas práticas ambientais (E) e sociais (S).
Os resultados do modelo proposto evidenciam relações fortes e significativas entre as variáveis analisadas. A governança corporativa demonstrou impacto positivo direto nas práticas sociais e nas práticas ambientais, com coeficientes de caminho de 0,70 e 0,65, respectivamente. Esses coeficientes indicam uma influência substancial da governança corporativa sobre essas práticas, corroborando as duas hipóteses do estudo. As práticas de governança corporativa identificadas em nossa amostra são fundamentais para influenciar positivamente as ações ambientais e sociais das empresas rurais brasileiras.
IBGC. Governança no Agronegócio: Percepções, Estruturas e Aspectos ESG nos Empreendimentos Rurais Brasileiros. São Paulo, SP: IBGC Pesquisa, 2022.
HAIR JR., et al. Identificando e tratando heterogeneidade não observada com FIMIX-PLS: parte I – método. European Business Review, v. 28, n. 1, p. 63-76, 2016.
OLIVEIRA, A. L. de F.; LIMA, H.M.R.S Inovação e Resiliência no Agronegócio Brasileiro: Uma Abordagem de Gerenciamento de Riscos para a Sustentabilidade. Revue Française du Centre d'études Avancées en Éducation et Développement Durable, v. 2, n. 2, 2023.