Sustentabilidade, Sociedade, Tecnologia e Inovação
Autores
Nome
1 - Ana Paula Freitas de Lima UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP) - Indianópolis
2 - Ernesto Michelangelo Giglio UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP) - Indianópolis
Reumo
Na reciclagem evidencia-se o desafio e o desinteresse no uso de tecnologia, valorizando-se a ponta da produção. A tecnologia existe e o problema parece residir no lado humano, isto é, nas decisões, resistências e interesses de atores em adotar a tecnologia na rede de reciclagem (Cui et al., 2022). O plano de pesquisa consiste em verificar se a proposição se mantém com dados coletados em fontes secundárias, documentos, mídias digitais e entrevistas com atores relacionados ao tema.
As baixas taxas de reciclagem no mundo (46%) e na América Latina (13%) evidenciam que há um problema para ser resolvido e que a tecnologia pode auxiliar nessa solução. As revisões bibliográficas, no entanto, mostram que o assunto é pouco investigado e não há respostas claras sobre os problemas, desafios e soluções no uso de tecnologias na reciclagem. As evidências iniciais parecem indicar que o problema é humano, isto é, reside nas decisões humanas sobre o uso de tecnologia.
Considerando a complexidade do fenômeno da reciclagem selecionaram-se a abordagem social de redes, a economia circular e a adoção de tecnologias. Os princípios dessas abordagens são competentes para abordar o fenômeno e criar explicações sobre os problemas, desafios e soluções do uso de tecnologias em reciclagem. A adoção da economia circular significa redesenhar um sistema para garantir a recuperação dos recursos naturais e a teoria da adoção de tecnologia e inovação explica as resistências das pessoas para essa adoção.
A estratégia de pesquisa é exploratória e qualitativa. Coletaram-se dados de entrevistas, documentos, artigos científicos notícias na mídia. O escopo delimita a pesquisa aos resíduos sólidos domésticos, que constituem um problema ambiental e social. Realizou-se triangulação de análises, buscando as convergências das múltiplas fontes. Para a coleta construiu-se um quadro de indicadores, que estão agrupados em duas categorias, uma sobre as etapas da reciclagem e outra sobre os fatores ambientais e humanos.
A triangulação dos dados sustenta a proposição que os problemas e desafios se encontram no lado humano, isto é, nas decisões, resistências e interesses de atores em adotar a economia circular e implantar tecnologias na rede de reciclagem. Existem tecnologias testadas e aprovadas em laboratório, sem implantação em escala. Nos consumidores, falta a educação ambiental adequada para a prática da separação e descarte correto e no governo falta uma gestão de fiscalização.
A proposição do artigo é que o tema da tecnologia em reciclagem repousa mais no fator humano do que na disponibilidade de tecnologia. A resposta ficou clara quando se aplicam os princípios da teoria da adoção, considerando que existem soluções de tecnologias para a reciclagem, não adotadas. As entrevistas também enveredaram pelo caminho das dificuldades de obter compromisso dos atores. Fatores de risco financeiro e falta de retorno, citados pela literatura, não se mostraram importantes. A produção acadêmica não tem respostas de gestão a oferecer, apresentando um discurso genérico.
BRASIL. (2010). Lei no 12.305/2010 Plano Nacional de Resíduos Sólidos. https://sinir.gov.br/
Hennemann, T. H. da Silva., & Sehnem, S. (2022). The circular economy and Industry 4.0: synergies and challenges. Revista de Gestão, 29(3), 300–313. https://doi.org/10.1108/REGE-07-2021-0121
Cui, Y., Cao, Y., Ji, Y., Chang, I., & Wu, J. (2022). Determinant factors and business strategy in a sustainable business model: An explorative analysis for the promotion of solid waste recycling technologies. Business Strategy and the Environment, 31(5), 2533–2545. https://doi.org/10.1002/bse.3042