1 - Maria Angelica Lencione Pedreti UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Higienopolis
2 - Ronaldo Gomes Dultra-de-Lima UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Higienópolis
3 - José Carlos Tiomatsu Oyadomari UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - CCSA
4 - Octavio Ribeiro de Mendonça Neto UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Programa de Pós Graduação em Ciências Contábeis do CCSA
Reumo
O presente relato descreve a implantação do projeto de intervenção na empresa B, clínica reumatológica e de medicina do trabalho, de pequeno porte, da cidade de São Paulo, que enfrentou diversos desafios desde a queda do faturamento devida ao isolamento social da pandemia, passando pela consolidação do setor de saúde e a consequente queda do poder de barganha das pequenas clínicas de saúde, além de desafios de retenção e profissionais e clientes.
O movimento de consolidação do mercado de saúde no Brasil, pós-pandemia, foi marcado por uma fase de fusões e aquisições em que convênios, que buscavam a verticalização, adquirindo hospitais e ambulatórios, para onde direcionavam os pacientes de planos mais simples e reduziam seus custos variáveis com clínicas credenciadas que, por seu lado, perdiam volume de pacientes. Além disso, o maior poder de barganha dos convênios os permitia aumentar o tempo para pagamento para os serviços das clínicas, o que piorava sua situação financeira. (ANAHP - Associação Nacional de Hospitais Privados, 2023).
Com a redução do volume de pacientes de convênios, que os redirecionaram aos seus próprios ambulatórios numa estratégia de alavancagem operacional bem sucedida, o aumento da taxa de glosa e a ampliação do prazo de recebimento de convênios, a clínica B se viu obrigada a repensar seus objetivos estratégicos e buscar formas inovadoras de conviver na atual configuração do mercado de saúde, buscando redução de custos, melhor posicionamento de mercado e retenção de clientes leais e de colaboradores talentosos, que a ajudassem a trilhar a nova fase estratégica que se iniciava.
Através do modelo intervencionista, identificaram-se objetivos estratégicos da Clínica B, pequena empresa de saúde brasileira, e seus respectivos fatores críticos de sucesso. A seguir, desenvolveram-se indicadores que equilibravam dimensões financeiras, processos internos, clientes e de aprendizado e crescimento para orientá-la, rumo à consecução de seus objetivos. Finalmente, aplicaram-se práticas de contabilidade gerencial, adaptadas à realidade da empresa, contribuindo para a geração de valor pelo aperfeiçoamento do processo decisório e para a solução da lacuna apontada pela literatura.
O processo de levantamento de objetivos estratégicos, fatores críticos de sucesso e indicadores constituiu-se ferramenta de reflexão para a empresa, contribuindo, para o desenvolvimento habilidades nas gestoras quanto à escolha dos controles necessários, e considerando como os objetivos estratégicos voltados ao acréscimo de novas especialidades contribuem para a rentabilidade da clínica. O ABC evidenciou procedimentos que estavam precificados muito abaixo do valor justo, além de evidenciar ociosidade de recursos redundantes e proporcionar informações para a tomada de decisão bem fundamentada.
Troca de conhecimentos para introdução de novos profissionais, redução de custos, cálculo de preços e decisões. Intervenção de grau forte, pelo amplo escopo, melhoras profundas e de controles. Validade forte, pois os gestores adotaram controles desenvolvidos, e se motivaram a criarem seus próprios relatórios, usando as informações para as decisões. Mostrou que é possível aplicarem-se os conceitos de controladoria, custos e indicadores em uma pequena empresa, com aderência dos gestores, com a devida adaptação para a realidade da companhia, atendendo ao gap detectado na literatura (Pelz, 2019).