Resumo

As Startups revolucionaram o empreendedorismo unindo inovação e tecnologia. Muitos empreendedores se perdem durante o processo, outros nem conseguem concretizar seus projetos por não terem dados, informações e/ ou conhecimento necessário. Objetivando dirimir as dificuldades do ambiente de inovação, destacam-se os Mecanismos de Geração de Empreendimentos – Incubadoras de Empresas, Aceleradoras, Coworkings, Living Labs, entre outros (ARANHA, 2016; AUDY e PIQUÉ, 2016).

Considerando que ainda há dificuldade para se determinar quais fatores e de que modo eles influenciam os resultados das startups, este estudo teve como objetivo analisar a influência das incubadoras e aceleradoras no resultado das startups na percepção dos empreendedores no estado do Rio de Janeiro.

Schumpeter (1934) define empreendedorismo como a substituição de um produto por outro mais desenvolvido. McClelland (1961) explica o fenômeno a partir do comportamento de quem o pratica. Drucker (2014) confirma a necessidade do desenvolvimento da gestão empreendedora. Diferentes autores tentam esclarecer a dinâmica entre mecanismos facilitadores e startups: (GANS e STERN, 2003), (JUNAID, 2014), (PHAN et al., 2005) e (BØLLINGTOFT e ULHØI, 2005). Esta pesquisa utiliza a tipologia de Grimaldi e Grandi (2005) para buscar aprofundar o conhecimento sobre os resultados das startups.

Foi realizada uma pesquisa qualitativa baseada em um roteiro de entrevista semiestruturado com 17 startups de três universidades, uma organização privada e uma rede de networking. O percurso metodológico seguiu a Seleção das startups, a Pesquisa de Campo, a Organização: transcrição das entrevistas e pré-análise dos dados, a Análise: exploração dos dados brutos e categorização dos dados e a Discussão: tratamento/ interpretação dos dados e apresentação dos resultados.

Foram levados em consideração os fatores de importância da infraestrutura (escritório e/ ou laboratório); influência da mentoria na preparação do líder; infraestrutura, educação para desenvolvimento de estratégias; treinamento para pitch/ demo day; tipo de financiamento usado; desempenho de vendas; obtenção de subsídio governamental; e tempo (em meses) entre a fundação da empresa e o resultado operacional (WOOLLEY e MACGREGOR, 2022). Os achados apontam para um resultado positivo da experiência de incubação e aceleração.

Os achados da pesquisa parecem demonstrar que os empreendedores percebem que os mecanismos facilitadores influenciam o comportamento das startups e consequentemente seus resultados. Os depoimentos deixaram claro que as ferramentas oferecidas pelos programas os auxiliaram a trazer suas ideias do campo abstrato para o concreto; alargaram as fronteiras do mundo corporativo (tanto parcerias quanto mercado consumidor); contribuíram para o redirecionamento de objetivos estratégicos; desenvolveram novas habilidades nos gestores; e apresentaram recursos valiosos às startups.

ANPROTEC. Publicações. 2023. BØLLINGTOFT, Anne; ULHØI, John P. The networked business incubator—leveraging entrepreneurial agency. Journal of Business Venturing, 2005. GRIMALDI, Rosa; GRANDI, Alessandro. Business incubators and new venture creation: an assessment of incubating models. Technovation, 2005. WOOLLEY, Jennifer L.; MACGREGOR, Nydia. The influence of incubator and accelerator participation on nanotechnology venture success. Entrepreneurship Theory and Practice. 2022.