Resumo

Título do Artigo

RISCO DE AÇÕES DE EMPRESAS COM BOAS PRÁTICAS ESG
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Palavras Chave

Risco
ESG
Companhias brasileiras

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Estratégia e Sustentabilidade Corporativa

Autores

Nome
1 - José Reinaldo Passos Villefort Júnior
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG) - FACE - UFG
2 - Dermeval Martins Borges Junior
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS (PPGCC)

Reumo

A utilização de boas práticas ESG é frequentemente adotada para gerar valor à empresa, como também para melhorar sua imagem perante seus stakeholders. Supõe-se que as práticas ESG podem impactar o risco das empresas, pois quando os interesses e necessidades dos stakeholders são atendidos, estes se tornam mais leais à organização. Essa lealdade fortalece sua reputação, fazendo com que as partes interessadas reajam menos às notícias negativas e, consequentemente, faz com que tenham menor efeito negativo no desempenho da entidade (SASSEN; HINZE; HARDECK, 2016).
Considerando que as práticas ESG, eventualmente, podem exercer algum efeito significativo sobre o risco das firmas, o objetivo geral deste estudo consiste em examinar o risco das companhias abertas brasileiras com boas práticas ESG.
O tema ESG tem ganhado muita relevância em anos recentes. A adoção de práticas que atendam esse contexto tem se tornado cada vez mais uma obrigação, e não mais um diferencial para empresas que querem melhorar a sua relação com seus stakeholders. Tal necessidade impacta diretamente os gestores, que têm que se inteirar sobre o tema e se adaptar frente a essas mudanças crescentes (MENEZES, 2022). Visando a geração de valor para a organização, muitas empresas estão atentas e adeptas a esse cenário, já que essas práticas passaram a ser avaliadas através do mercado financeiro.
Foram consideradas todas as companhias abertas brasileiras com dados disponíveis nas bases Economatica e Refinitiv Eikon. Foram coletados dados sobre a divulgação de práticas ESG junto à plataforma Refinitiv Eikon, separando as empresas que apresentavam algum score ESG relatado das demais. Os dados sobre o coeficiente beta, representante da variação dos preços das ações das empresas, foi coletado a partir da base Economatica. Os dados foram analisados por meio de estatísticas descritivas e teste t de diferença de médias.
De acordo com os resultados, observou-se que as empresas que praticam e divulgam alguma prática ESG possuem, em média, maior risco do que as demais companhias. Esses resultados foram contra a teoria e a hipótese desse estudo, uma vez que não se constatou menores riscos para as firmas praticantes do ESG.
Apesar de contrariar estudos anteriores, podem existir alguns motivos que justificam esses achados. Uma possível explicação é a de que muitas das empresas se encontram em setores regulamentados de alto risco, sendo obrigadas a divulgar certas práticas ESG. Isso significa que a empresa pode não estar se empenhando nos propósitos e ideologia alinhados às práticas ESG, não se preocupando em transmitir tais valores aos seus stakeholders. Outro possível motivo é que a adoção de práticas ESG pode ser uma tentativa de empresas que já se encontram em setores arriscados a diminuirem seus riscos.
AGUIAR GUEDES, F. Y. de.; VASCONCELOS, A. C. de.; GUIMARÃES, D. B.; TAVARES, F. B. R. Desempenho ESG, risco e a (in)existência do comitê de risco nas empresas brasileiras. Revista Mineira de Contabilidade, v.24, n.3, art.5, p.63-78, 2023. MAZZIONI, S.; ASCARI, C.; RODOLFO, N. M.; DAL MAGRO, C. B. Reflexos das práticas ESG e da adesão aos ODS na reputação corporativa e no valor de mercado. RGO - Revista Gestão Organizacional, v.16, n.3, p.58-77, 2023. SASSEN, R.; HINZE, A. K.; HARDECK, I. Impact of ESG factors on firm risk in Europe. Journal of Business Economics, v.86, n.8, p.867–904, 2016.