1 - MYLENA NERES NUNES Universidade Federal de Rondonópolis - UFR - FACAP
2 - Maurilio Barbosa de Oliveira da Silva UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - Faculdade de Ciências Aplicadas
3 - Andre Felipe Queiroz INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO DO SUL (IFMS) - Aquidauana
4 - CAROLINE PAULETTO SPANHOL UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL (UFMS) - Escola de Administração e Negócios
Reumo
A redução do consumo de laticínios e de carnes vermelhas tem sido apontada como central para que seja possível a manutenção de um sistema alimentar sustentável. Uma das soluções mais proeminentes para superar esses desafios de ordem ambiental e de saúde é a adoção de carnes alternativas como a à base de plantas e a carne cultivada. Para isso, é urgente que se compreenda o comportamento dos consumidores a esses novos alimentos.
Faltam esclarecimentos quanto ao papel das respostas emocionais dos consumidores na intenção de comer carnes alternativas. A presente pesquisa busca preencher essas lacunas ao investigar a influência das respostas emocionais na intenção de indivíduos brasileiros de comer carne à base de plantas e carne cultivada.
Entre os principais resultados obtidos em pesquisas anteriores voltados à investigação da intenção de comer carnes alternativas, está compreensão da complexidade e do caráter multicomponencial das respostas dos consumidores às carnes alternativas, ou seja, uma série de fatores parece interferir na aceitação desses alimentos. Dentro dessas pesquisas, a intenção de comer tem sido identificada como uma importante medida preditiva do consumo de proteínas alternativas e sido investigada principalmente por meio da intenção de provar, de comer, de pagar e de substituir.
Foram questionados 1016 indivíduos brasileiros quanto a sua intenção de comer carnes alternativas, por meio de uma abordagem multirrespostas. Em que foram levantadas as respostas emocionais a esses alimentos por meio de um léxico composto por 30 termos de emoção. Os participantes também foram questionados quanto à familiaridade, a frequência de consumo de carnes tradicionais, os dados demográficos, entre outras variáveis. Os dados foram analisados por meio de uma regressão múltipla pelo método Forward.
Das 30 emoções presentes no léxico, 20 foram identificados como preditivas da intenção de comer hambúrguer de carne à base de plantas e carne cultivada, quanto às suas valências 14 são positivas e seis negativas. Se por um lado as emoções positivas atuam como impulsionadores para a aceitação de carnes alternativas, por outro lado, as emoções negativas se revelaram importantes barreiras. Além disso, as duas carnes alternativas evocaram diferentes emoções, o que revela que as diferentes carnes alternativas não são compreendidas pelos consumidores como uma categoria homogênea de produtos.
As emoções são preditivas da intenção de comer carnes alternativas. Por isso, elas devem ser consideradas não apenas na divulgação, mas também no desenvolvimento de carnes alternativas, uma vez que atuam como impulsionadores, mas também como uma barreira à sua aceitação. Assim, as emoções oferecem valiosas contribuições para a compreensão mais ampla das atitudes dos consumidores com relação a esses alimentos.
Barrett, C. B., Benton, T. G., Cooper, K. A., Fanzo, J., Gandhi, R., Herrero, M., James, S., Kahn, M., Mason-D’Croz, D., Mathys, A., Nelson, R. J., Shen, J., Thornton, P., Bageant, E., Fan, S., Mude, A. G., Sibanda, L. M., & Wood, S. (2020). Bundling innovations to transform agri-food systems. Nature Sustainability, 3(12), 974–976. https://doi.org/10.1038/s41893-020-00661-8