Resumo

Na década de 1980, o Relatório de Brundtland destacou a necessidade de atender às necessidades básicas da população para alcançar o desenvolvimento sustentável. Em 2004, surgiu o conceito ESG (Environmental, Social, Governance) para promover práticas sustentáveis. A ONU, em 2015, estabeleceu uma agenda global focada em sustentabilidade. Este artigo analisa a adoção de práticas ESG por 17 pequenos negócios e 41 agricultores familiares em Ribeirão Preto, SP, identificando quais práticas são utilizadas e a familiaridade com o tema, visando fomentar o desenvolvimento sustentável na região.

O problema de pesquisa é investigar a implementação de práticas ESG por pequenos negócios e agricultores familiares na região de Ribeirão Preto-SP. O objetivo é identificar quais práticas sustentáveis já são adotadas, avaliar a familiaridade dos entrevistados com o conceito de ESG e determinar quais dimensões (ambiental, social e de governança) estão mais avançadas. Este estudo visa demonstrar a hipótese de que os pequenos negócios e agricultores familiares entrevistados já adotam práticas ESG, mesmo desconhecendo o termo formal.

O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu na década de 1970, ganhando destaque com o Relatório de Brundtland em 1987. ESG, introduzido em 2004, abrange práticas ambientais, sociais e de governança. A ONU, com a Agenda 2030, reforça a necessidade de desenvolvimento sustentável em cinco áreas: Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias. No agronegócio, a adoção de práticas ESG é essencial para alinhar a produtividade com as preocupações ambientais e sociais, garantindo sustentabilidade e competitividade a longo prazo.

A pesquisa é um estudo de caso exploratório, descritivo e quantitativo, envolvendo 58 produtores rurais e pequenos negócios da região de Ribeirão Preto-SP. Os dados foram coletados por meio de questionários, enviados por aplicativo de mensagem aos clientes do Sebrae de Ribeirão Preto-SP, realizado entre janeiro e março de 2024. O questionário abordou desde práticas ambientais até questões sociais e de governança. Os dados foram analisados estatisticamente, apresentando os resultados em gráficos para facilitar a compreensão das práticas ESG adotadas pelos entrevistados

Os resultados mostram que 55% dos entrevistados reconhecem os impactos ambientais de suas atividades e adotam medidas de mitigação. 72% implementam ações para reduzir o desperdício de insumos, 47% para a água e 40% para a energia. No âmbito social, apenas 10% registram todos os funcionários conforme a legislação. Na governança, 29% gerenciam os custos de produção. 74% dos respondentes nunca ouviram falar sobre ESG. Esses dados indicam que, apesar da baixa familiaridade com o termo formal ESG, estes pequenos negócios já adotam medidas coerentes com as práticas ESG.

Visto os resultados apresentados, tem-se por um lado a possiblidade de se inferir que as ações relativas as questões ambientais parecem já fazer parte da realidade da maioria desses produtores e comerciantes, mesmo que notadamente alguns pontos possam ser aprimorados. Por outro lado, os pilares social e governança necessitam de maior atenção e desenvolvimento para que questões trabalhistas e de segurança sejam respeitadas e a sucessão familiar, bem como a gestão do negócio não permaneçam sendo um problema no meio rural.

CAMPOS FILHO, E. S.; OLIVEIRA, E.C. (2023). As dimensões ESG aplicadas ao agronegócio: uma revisão sistemática de literatura. Revista GeSec, v. 14, n. 11, p. 20304- 20326. KRUG, A. U. (2023). Cooperativismo, modelo de desenvolvimento sustentável: uma contribuição fundamentada nos princípios ESG para cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul. Tese de doutorado, UFRGS. ONU (2020). A ONU e o meio ambiente. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/91223-onu-e-o-meio-ambiente. SEBRAE (2024). Centro Sebrae de sustentabilidade. Disponível em: https://sustentabilidade.sebrae.com.br/esg-enviro