Transtorno do Espectro Autista
Direito à Cidade
Território
Área
Administração Pública
Tema
Memória Coletiva, Movimentos Sociais e Direitos Humanos
Autores
Nome
1 - Valéria Abucarma Coplas Maximiano UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ (UEM) - PPA
2 - Daniela Barbosa Sousa UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ (UEM) - Programa de Pós-Graduação em Administração (PPA-UEM)
3 - Priscilla Borgonhoni Chagas UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ (UEM) - Programa de Pós-Graduação em Administração (PPA-UEM)
Reumo
As cidades são palcos de contínuas transformações sociais e físicas, onde se desenrolam as verdadeiras lutas urbanas travadas em busca de identidade e pertencimento em um espaço moldado por forças econômicas, políticas e culturais, que afetam todos os seus habitantes (Saraiva, 2024). Esta formulação integra a ideia de que a cidade é uma organização onde diferentes grupos sociais coexistem e lutam não apenas por recursos materiais, mas também por reconhecimento e espaço na narrativa da cidade, como as famílias de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Este estudo tem o objetivo de compreender os desafios enfrentados para a garantia do direito à cidade para as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em Maringá-PR.
Definirmos a cidade como um território, devido a sua natureza conflituosa e dinâmica do espaço urbano, caracterizada pela constante disputa entre diferentes agentes e atores sociais. A partir dessa compreensão, propõe-se reflexões sobre o direito à cidade como aspecto fundamental na promoção de justiça social, considerando a diversidade de demandas e expectativas que coexistem na dinâmica urbana e impactam tanto a configuração física da cidade assim como as representações sociais.
Este estudo emprega uma metodologia qualitativa, caracterizada como descritiva e exploratória. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com mães representantes de movimentos sociais, que atuam como líderes em grupos de apoio e organizações não governamentais focadas no TEA. A pesquisa também é baseada em análise de dados secundários provenientes de fontes oficiais como os sites da Prefeitura Municipal de Maringá, da Secretaria de Esporte e Lazer e da Câmara Municipal, além de acesso a documentos referentes à Legislação Municipal.
As entrevistas revelam que as famílias de pessoas com TEA em Maringá assumem um papel ativo na redefinição do território urbano, buscando não apenas a acessibilidade física, mas também a promoção da inclusão emocional e social. A pesquisa também revela iniciativas inovadoras em Maringá, como a introdução de abafadores de som em shoppings e o projeto "Cinema Azul". Mas é necessário ampliar as práticas inclusivas para além dos shoppings, contemplando também locais públicos. A resistência institucional à adaptação de espaços públicos perpetua barreiras físicas e sociais, resultando na segregação.
A luta das famílias e a participação ativa na redefinição do território urbano são estratégias fundamentais na busca pela inclusão plena de pessoas com TEA em Maringá. A produção democrática do espaço urbano requer esforços coletivos, envolvendo tanto a sociedade civil quanto as instâncias governamentais.
CASTRO, M. R.; FERREIRA, K. P. M. Ambientes físicos inclusivos a crianças com Transtorno do Espectro Autista: uma revisão de literatura. Revista Educação Especial, v. 35, p. 1-19, 2022.
HARVEY, D. O direito à cidade. Lutas Sociais, n. 29, p. 73–89, 2012.
SARAIVA, L. A. S. A cidade, seus centros e suas margens: uma introdução. In: SARAIVA, L. A. S. (Org.) Cidade, centros e margens. [recurso eletrônico]. Cachoeirinha: Fi, 2024. 153 p. Disponível em: https://www.editorafi.org/ebook/b05-cidade-centros-margens. Acesso em: 21 mar. 2024.