Resumo

Nas últimas décadas, os jogos de empresas têm sido amplamente utilizados como ferramentas de treinamento e aprendizagem contínua (GRAMIGNA, 1994; DATNER, 2006). O debate sobre o treinamento em ambientes simulados vem se mostrado relevante (DE ANDRADE AGUIAR, 2022; SODRÉ, 2019), destacando sua eficácia (COSTA JUNIOR, 2023). Com a globalização o desenvolvimento das habilidades dos gestores (NOGUEIRA, 2023) é cada vez mais exigida. Este artigo visa exploras como os jogos de empresas desenvolvem habilidades cognitivas inerentes ao processo de internacionalização.

Problema: Como os jogos de empresas podem contribuir para o desenvolvimento das principais habilidades cognitivas empregadas no processo de internacionalização de uma organização​? Objetivo: Entender a contribuição dos jogos de empresas para o desenvolvimento de habilidades cognitivas empregadas no processo de internacionalização de uma empresa.

Os Jogos de Empresas surgiram na mesma época que a Visão Baseada em Recursos (RBV), um modelo educacional criado para entender como a vantagem competitiva é alcançada e sustentada por meio de ativos tangíveis e intangíveis (SANTOS ET AL., 2014; BARNEY, 1986). A teoria das Capacidades Dinâmicas, por sua vez, foca na criação de riqueza em ambientes de rápida mudança tecnológica, destacando a importância da adaptação e reconfiguração de recursos (TEECE, 2007). Essa teoria integra conceitos da RBV e da visão disruptiva da firma, promovendo a evolução dos recursos estratégicos (GRANT, 1991).

De forma a atenderem essa necessidade de capacitação, os jogos de empresas se apresentam como ferramentas eficazes no aprimoramento das habilidades, proporcionando simulações próximas às situações empresariais. Como forma de aprofundamento no assunto, notam-se que as habilidades cognitivas trabalhadas nos jogos são àquelas capazes de desenvolver a atenção, a percepção, a gestão/resolução de conflitos, a criação e organização do conhecimento, a busca de informações e o aprendizado.

A análise sugere que jogos de aprimoram as competências dos jogadores preparando-os para um ambiente globalizado, através de treinamento prático, desenvolvendo habilidades como atenção, percepção, gestão de conflitos, organização do conhecimento e busca de informações. A simulação de cenários complexos permite, ainda, que participantes enfrentem situações reais e tomem decisões estratégicas em um ambiente controlado e que jogos de menor complexidade estimulam habilidades iniciais, enquanto jogos mais complexos desenvolvem habilidades avançadas, como resolução de conflitos e aprendizado.

ADOBOR, H.; DANESHFAR, A. Management simulations: determining their effectiveness. Journal of Management Development, v. 25, n. 2, p. 151-168, 2006. ALCÂNTARA, P. G. F. ET AL. Estratégia de diversificação segundo a Visão Baseada Em Recursos: Estudo de caso em uma empresa de alimentos. Revista Eletrônica de Estratégia & Negócios, 8(3), 31, 2016. ALMEIDA, A. Internacionalização de empresas brasileiras: perspectivas e riscos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.